11º Domingo do Tempo Comum

Hoje celebramos o 11º Domingo do Tempo Comum no Ano B, e as leituras que a liturgia nos apresenta são uma verdadeira fonte de reflexão sobre o crescimento do Reino de Deus e a nossa participação nele. 

Na primeira leitura, Ezequiel 17,22-24, o profeta Ezequiel nos apresenta uma visão poderosa: “Assim diz o Senhor Deus: Também eu tirarei um broto do topo do cedro e o plantarei. Do mais alto dos seus ramos novos eu arrancarei um tenro broto e o plantarei no alto de um monte elevado” (Ezequiel 17,22). Esta imagem do raminho de cedro que se transforma em uma árvore frondosa é um símbolo da ação de Deus em meio ao seu povo. Ele é o jardineiro divino que toma aquilo que parece pequeno e insignificante e o transforma em algo grande e majestoso. Isso nos lembra que Deus pode fazer maravilhas a partir das nossas humildes contribuições e das nossas vidas, mesmo que inicialmente pareçam insignificantes. 

O Salmo responsorial é o Salmo 91(92) complementa essa imagem de crescimento e prosperidade: “Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro do Líbano; plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus” (Salmo 91(92), 13-14). O salmista celebra a fidelidade e a justiça de Deus, que faz com que os justos cresçam e floresçam. Isso nos convida a confiar no Senhor e a viver de acordo com a Sua vontade, sabendo que Ele nos fará prosperar espiritualmente. 

Na segunda leitura, 2 Coríntios 5,6-10, São Paulo nos fala sobre a confiança que temos em Deus, mesmo quando estamos longe do Senhor em nosso corpo: “Andamos na fé e não na visão” (2 Coríntios 5,7). Ele nos lembra que todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, onde seremos julgados segundo o bem ou o mal que tivermos feito em nossa vida terrena. Isso nos incentiva a viver de maneira justa e piedosa, sabendo que nossa verdadeira morada está com o Senhor. 

O Evangelho de hoje, Marcos 4, 26-34 traz duas parábolas de Jesus sobre o Reino de Deus. A primeira é a parábola da semente que cresce por si mesma: “O Reino de Deus é como um homem que lança semente na terra. Ele dorme e se levanta, noite e dia, e a semente germina e cresce, sem ele saber como” (Marcos 4,26-27). Isso nos ensina que o crescimento do Reino de Deus não depende de nós, mas da ação misteriosa e poderosa de Deus. Devemos fazer a nossa parte, mas é Deus quem dá o crescimento. 

A segunda parábola é a do grão de mostarda: “É como um grão de mostarda que, quando semeado, é a menor de todas as sementes sobre a terra. Mas depois de semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças e deita ramos tão grandes que as aves do céu podem aninhar-se à sua sombra” (Marcos 4,31-32). Esta parábola nos mostra que o Reino de Deus pode ter começos pequenos e humildes, mas seu impacto final é grandioso e abrangente. 

Queridos irmãos e irmãs, as leituras de hoje nos chamam a refletir sobre o papel de Deus em nossas vidas e no crescimento do Seu Reino. Somos convidados a confiar na ação divina, mesmo quando não vemos os resultados imediatos. Devemos semear a semente da fé, da esperança e do amor, e confiar que Deus fará com que ela cresça e frutifique. 

Que possamos viver com a certeza de que, mesmo em meio às dificuldades e incertezas, Deus está trabalhando em nós e através de nós para fazer florescer o Seu Reino. Que nossa fé seja firme e nossa confiança em Deus seja inabalável, pois é Ele quem dá o crescimento e nos faz prosperar em Sua graça. 

Amém.


Autor: Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
Fonte: CNBB