Sim, somos filhos de missionários!
Nesse mês de Outubro convidamos os adolescentes Davi Sá Soares de Oliveira e Bárbara Sá Soares de Oliveira filhos dos missionários Armando Soares de Oliveira Junior e Rafaela Sá de Oliveira. Juntamente com Maria Julia Bononi filha do casal Samuel Bononi e Adriana do Valle Bononi para responder algumas perguntas de como é “Ser filho de Missionário”.
Confira!
1- Como é ser filho de pais missionários?
R: Ser filho de missionários é uma experiência muito interessante e benéfica para nossa vida e vocação. Tendo pais que doaram a vida no serviço do Senhor, acabamos por participar deste processo de entrega, seja nas atividades cotidianas, no contato com a comunidade e seu modo de vida, ou até mesmo no próprio agir e portar. Temos muito contato com a rotina e afazeres da comunidade, o que faz com que absorvamos dela valores muito importantes, que podemos levar por toda a vida.
2- Como é a vida e rotina de uma família missionária?
R: A nossa vida e rotina está em grande parte (senão por completo) ligada às da comunidade e seus compromissos. Observamos a divisão dos trabalhos, participamos de algumas das refeições, interagimos com os demais membros e até auxiliamos no que podemos. Quase todos os dias da semana estamos na casa de missão, mas isso não é uma coisa ruim, pois, acabamos por presenciar cada vez mais o agir da providência de Deus, e como Ele opera suas obras nas coisas mais simples. É interessante essa “união de rotinas”, porque acabamos por, desde cedo, sendo introduzidos em meio a atividades e a um modo de vida cristão, e não a algo isolado a que estaríamos sujeitos. Com pais missionários, toda a nossa rotina também se relaciona a missão, algo que nos pode ser muito proveitoso.
3- Como você enxerga o carisma nos seus pais?
R: Posso enxergar o carisma de meus pais em seus pequenos atos. É nisso que a Presença de Deus se manifesta de forma mais plena, nos pequenos gestos e obras quase imperceptíveis, que trazem em si um profundo amor a Deus. Essa é a forma mais bonita de ver o carisma: naquilo que quase não se vê e nem percebe, pois, se em pequenos, interiores e simples atos a Presença de Deus se revela, quer dizer que ela também já consumiu e converteu em si todas as demais formas e potências daqueles que buscam vivenciá-la.
4- Você gosta de ser filho de missionários? Sentem que fazem parte dessa grande família missionaria que seus pais são membros?
R: Mesmo com suas correrias e contratempos, não é algo ruim experimentar deste modo de vida, pelo contrário, é uma experiência muita boa! Os demais missionários são bem acolhedores e zelosos conosco e sempre nos auxiliam no que precisamos. Sentimo-nos, sem dúvida, membros de uma grande família. O que aprendemos e vivenciamos na comunidade acaba por moldar e transformar nosso modo de ser e servir a Deus, e por isso esse contato é bom, pois, mesmo de forma indireta, acaba por nos mostrar coisas que são úteis a nossa salvação e conversão. Estamos sendo educados dentro de um carisma, de certa forma refletiremos a Presença de Deus também em nossas vidas.
5- Como você compreende a consagração dos seus pais a Deus?
R: Como uma entrega total, uma plena prestação de serviços e da vida a Deus. Não como um mero contrato ou acordo, mas como uma restituição de um bem que eles usufruíam Dàqu’Ele que é o verdadeiro dono. Consagrar-se, colocar-se a disposição do sagrado, faz com que tudo se coloque em seu lugar, pois, tudo passa a “girar” em torno de Deus. A consagração feita, por meio do carisma confiado a comunidade católica presença, vem por exaltar um dever de todos os cristãos — um dever, aliás, muito esquecido nos últimos tempos, que é “ser e levar a Presença de Deus”, assim, que forma melhor de fazê-lo, senão vivendo uma verdadeira entrega sem reservas, de todo o seu ser, com suas habilidades e até mesmo seu precioso tempo.
6- Quais foram ou são suas maiores dificuldades, questionamento no âmbito escolar por ser filho (a) de um missionário? Os seus amigos e professores apresentaram questionamento?
R: Nunca tive tantos questionamentos quanto aos compromissos da comunidade, mesmo que alguns cheguem a coincidir com nossos possíveis momentos de lazer ou descanso. No âmbito escolar, é difícil para alguns compreender a dimensão de uma consagração, mas, não podemos culpa-los, pois, é a carência desta experiência no dia a dia que não o permite. Alguns podem se questionar quanto ao tamanho e sentido de tão grande doação, mas, nossas respostas não serão suficientes, até que eles experimentem também deste modo de vida. Alguns devem se perguntar “por que sua mãe não trabalha” ou “qual a necessidade disso tudo”. Esses questionamentos servem para nos mostrar como a grandiosidade de um carisma não pode ser interpretada de qualquer forma, sem aquele primeiro contato e conhecimento.
7- Se você pudesse falar para outros jovens que também são filhos de missionários alguma mensagem o que você diria?
R: Diria para eles buscarem, da forma que puderem utilizar deste contato como o modo de vida dos missionários para se aproximar cada vez mais de Deus. Se em cada atividade, trabalho ou oração, buscarem viver daquilo que estão experimentando, poderão usar de tudo para glorificar a Deus. Não somente para isso, mas, a proximidade com o carisma nos ajuda também a chegar a um conhecimento do nosso também, seja ele o mesmo ou outro. Assim, os filhos destas famílias privilegiadas devem buscar em tudo fazer a vontade de Deus e perseverarem como os pais, pois, a família de missionários é também um reflexo da presença de Deus no mundo!
Davi Sá Soares de Oliveira – Mora em Marabá com os pais Armando Soares de Oliveira Junior e Rafaela Sá de Oliveira, 15 anos.
1- Como é ser filho de pais missionários?
R: É poder experimentar um pouco do convívio missionário na vida fraterna de uma comunidade.
2- Como é a vida e rotina de uma família missionária?
R: Vivemos uma vida bastante corrida. Acordamos muito cedo e ao longo de todo dia compromissos para seguir. Não somente no acompanhamento das missões de meus pais, mas também na vida escolar e em outros compromissos em que estamos envolvidos. Eu particularmente estudo em duas escolas, uma normal Claretiano- Colégio A fazendinha e outra especial o CAP. Sou catequista, meus irmãos coroinhas e meus pais missionários. Temos o costume de ir à missa diariamente e nos finais de semana quase sempre meus pais tem uma missão a cumprir juntos, cada um em sua missão buscando uma vida mais santa e digna do céu.
3- Como você enxerga o carisma nos seus pais?
R: Como algo que fazem parte deles, como reflexo em tudo o que fazem, tendo este amor pelo carisma demonstrando em cada missão que fazem.
4- Quais foram ou são suas maiores dificuldades, questionamento no âmbito escolar por ser filho (a) de um missionário? Os seus amigos e professores apresentaram questionamento?
R: Na verdade não encontro muita dificuldade nesse sentido e sim alguns questionamento de como é minha vida indo tanto na igreja.
5- Se você pudesse falar para outros jovens que também são filhos de missionários alguma mensagem o que você diria?
R: Aprendam! Pois a vida missionária tem muito que nos ensinar. Cada coisa que eles fazem é para o bem do próximo. Vivem da caridade. E não iremos pro Céu se não passarmos pela caridade. É este o ensinamento que devemos aprender com eles.
Bárbara Sá Soares de Oliveira – Mora em Marabá com os pais Armando Soares de Oliveira Junior e Rafaela Sá de Oliveira, 17 anos.
1- Como é ser filho de pais missionários?
R: Ser filha de pais missionários é uma graça muito grande de viver, aprender, abandonar, formar, evangelizar e de buscar a santidade. É ver que não somos perfeitos, mas estamos no melhor caminho.
2- Como é a vida e rotina de uma família missionária?
R: A vida é gastar cada minuto pela evangelização com muito amor e fidelidade. Na rotina a primeira coisa que fazemos juntos é a oração em seguida vou para a escola e a noite conforme as missões deles, pois estou sempre com eles. Já nos fins de semanas sempre que possível buscamos viver o fraterno.
3- Como você enxerga o carisma nos seus pais?
R: Quando saímos para evangelizar, em casa, na situações que exige fortaleza, perseverança e na alegria que eles transmitem para mim.
4- Você gosta de ser filho de missionários? Sentem que fazem parte dessa grande família missionaria que seus pais são membros?
R: Sim gosto, pois com eles vou vivendo “a missão” por amor, com amor e em amor. E também me sinto parte da Comunidade Presença, porque sou acolhida por todos e lembrada em tudo àquilo que a nossa fundadora Lucimar sonha para cada missionário.
5- Como você compreende a consagração dos seus pais a Deus?
R: Compreendo que na medida em que eles doaram a vida para Deus, eles estão abertos para fazer a Sua vontade deixando ser conduzido para onde Ele nos chamar.
6- Quais foram ou são suas maiores dificuldades, questionamento no âmbito escolar por ser filho (a) de um missionário? Os seus amigos e professores apresentaram questionamento?
R: Até o momento não vejo nenhuma dificuldade, pois fui me adaptando ao chamado dos meus pais. Meus amigos e professores não apresentaram nenhum questionamento.
7- Se você pudesse falar para outros jovens que também são filhos de missionários alguma mensagem o que você diria?
R: Estamos juntos no mesmo caminho e vamos permanecer juntos rezando para os nossos pais para que se cumpra na vida deles e na nossa vida a vontade de Deus.
Maria Julia Bononi- Mora em São José do Rio Pardo com os pais Samuel Bononi e Adriana do Valle Bononi, 14 anos.