“Comparar-se com a fragilidade do barro de que fomos formados é uma experiência que nos fortifica”, diz Papa Francisco em sua 1ª catequese de 2018, refletindo sobre o Ato Penitencial na Santa Missa.
Em sua primeira catequese do ano o Papa Francisco no fez refletir sobre a importância do Ato Penitencial, destacando que este favorece a nossa disposição de poder dignamente celebrar os santos mistérios. Quem é consciente das próprias misérias e abaixa os olhos com humildade, sente sobre si o olhar misericordioso de Deus. E destaca que assim como o publicano saiu justificado do templo, ou seja, perdoado, nós também nos sentimos assim quando reconhecemos nossas faltas e pedimos o perdão a Deus e aos irmãos.
Quando ouvimos a voz da nossa consciência em silêncio nos leva a perceber o quanto que nossos pensamentos estão distantes dos pensamentos divinos, o quanto nossas palavras e ações são muitas vezes contrárias ao Evangelho.
Por isso, no início da Missa, fazemos comunitariamente o ato penitencial. Cada um confessa a Deus e aos irmãos “ter pecado em pensamentos, palavras, atos e omissões”. Sim, também por omissões, ou seja, ter deixado de fazer o bem já é um pecado omisso. Não basta não fazer o mal, isso o mundo está cheio, precisamos fazer a diferença, precisamos fazer o bem. Ressalto aqui que confessamos também aos irmãos que somos pecadores, isso auxilia-nos a ver a dimensão do pecado que nos separa de Deus, nos divide também dos nossos irmãos e vice-versa. O pecado rompe: rompe a relação com Deus e rompe a relação com os irmãos, a relação na família, na sociedade, na comunidade: o pecado rompe sempre, separa, divide.
É difícil para nós reconhecer que somos culpados, é mais fácil acusar os outros, mas faz muito bem confessar o nosso pecado com sinceridade, batendo no peito, quando dizemos: por minha culpa, minha tão grande culpa. Confessar os nossos próprios pecados, e não os dos outros.
Depois da confissão dos pecados, vem a intercessão dos “amigos e modelos de vida” (Prefácio de 1º de novembro), que nos ajudam no caminho de santidade.
Deus vem nos mostrar por meio de sua Palavra várias figuras “penitentes” que, caindo em si mesmas depois do pecado cometido, encontram a coragem de se levantar e se abrir à graça de Deus novamente, que renova todas as coisas. Pensemos no rei Davi e nas palavras do Salmo que ele mesmo rezou: “Piedade de mim, ó Deus, no teu amor; na tua grande misericórdia apaga a minha iniquidade” (51, 3). Pensemos no filho pródigo que teve a coragem de voltar para o pai, e em tantos outros.
Comparar-se com a fragilidade do barro de que fomos formados é uma experiência que nos fortifica: enquanto nos coloca diante da nossa fraqueza, abre-nos o coração para invocar a misericórdia divina que transforma e converte.
E isso é aquilo que fazemos no ato penitencial no início da Missa.
Radio Vaticano