Ao comemorarmos o dia Internacional da Mulher, queremos iluminados pela Campanha da Fraternidade deste ano, tão necessária para refazermos o tecido social, superarmos a divisão e a polarização que nos atinge no nosso país e no mundo que vivemos, agradecer a missão e papel da mulher nossa irmã como profeta e tecedora da amizade social.
O texto-base considera o exemplo de Rute e Noemi, que a partir da amizade parental de nora e sogra vivenciaram uma bela página de amizade que transcende fronteiras e preconceitos. Mais adiante nos deparamos com a menção de uma mulher especial na história de São Francisco, a beata Jacoba Desettesoli, viúva que se dedicou a caridade e a hospitalidade com os pobres como a família de seu marido Frangipane, famosa pelos doces (mustacciuolo de amêndoas) que dava ao Pai Francisco e a todas as pessoas.
Pressentiu a morte do santo e foi ao seu encontro, encarregando-se de detalhes do seu funeral e foi enterrada junto aos frades Rufino, Leone, Masseo e Ângelo, os primeiros seguidores de São Francisco na parte superior da Basílica de Assis. Poderíamos acrescentar as Santas Mulheres que acompanhavam a Jesus e os Apóstolos, Santa Maria Madalena e as companheiras de missão de São Paulo.
Mostram o rosto de uma Igreja servidora, acolhedora, terna e alegre, que abre as portas e alarga a tenda. No Brasil podemos citar também várias mulheres que protegeram direitos, ampliaram a consciência de dignidade e tornaram a nossa Igreja mais presente e a sociedade mais igualitária, justa e fraterna, mulheres como Margarida Genevois que trabalhou mais de 25 anos na Comissão Justiça e Paz, Maninha Xucuru, pertencente aos xucurus-kariris de Palmeira dos Índios,
Procópia dos Santos do quilombo Kalunga em Goiás, mãe e líder do seu povo, Zilda Arns Neumann, a grande defensora da vida das crianças e idosos, e Santa Dulce dos Alagados. Junto a estas mulheres mais conhecidas que nos estimulam e encorajam existe uma grande multidão de mulheres que desde os seus lares, estudos, trabalhos e lutas vão construindo todos os dias uma convivência mais saudável, inclusiva, partilhando seus dons e desempenhando ministérios de partilha, reconciliação e sanação.
Que Maria Nossa querida Mãe na sua ternura e misericórdia transbordante sempre as proteja, encoraje e ilumine no testemunho e missão de curar os relacionamentos e de gerar a paz social e planetária. Deus seja louvado
Autor: Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo Diocesano de Campos
Fonte: Vatican News