Há um mês, o mundo inteiro ainda tenta processar a perda do Papa Francisco, que partiu sem avisar, deixando um vazio imensurável nas almas de milhões.
Desde o momento em que subiu ao trono de Pedro, Francisco fez questão de quebrar os estigmas que cercavam a figura papal. Ao invés de um Palácio Apostólico, optou por morar na Casa Santa Marta, um simples hotel onde conviveu com os funcionários e aqueles que, muitas vezes, são invisíveis em uma instituição tão grandiosa. Esse gesto, mais do que habitacional, foi um manifesto de seu chamado à proximidade e à humildade, um convite constante para que todos nós também buscássemos a essência nas coisas simples e essenciais da vida.
Os gestos de um avô para o mundo
Francisco também era conhecido como “o avô das crianças”, um título que carrega em si a ternura de um homem que dedicou grande parte de seu pontificado a estabelecer vínculos com as gerações mais jovens. Em 2013, a criação das Jornadas Mundiais da Juventude serve como um marco não apenas para a Igreja, mas para todos os jovens que encontraram na sua liderança uma razão para se conectar e refletir. Com um sorriso acolhedor e palavras que aqueciam, ele instigava as crianças a sonhar e a acreditar em um futuro melhor.
Para a geração que nasceu em 2013 – as crianças que não conhecerão Francisco pessoalmente, mas cujas vidas foram tocadas por suas mensagens de amor e paz – sua ausência se torna ainda mais notável. Essas crianças crescem em um mundo sedento de exemplos, e a figura amorosa de um Papa que falava de cuidado pelo próximo, conversava com os pobres e pregava a paz, se tornará uma memória distante. Essa geração já sente a dor da orfandade, mesmo que não tenham vivido diretamente sua história.
Gestos que ecoam na memória
Diversos foram os gestos que marcaram sua trajetória. Quando lavou os pés de prisioneiros em uma cerimônia de Páscoa, em 2013, ressaltou a importância da empatia e do perdão. Com este ato simples, ele não só desafiou a hierarquia eclesiástica como se tornou um símbolo de amor e misericórdia, mensagens que se repetiriam ao longo de seu pontificado
Em sua visita ao Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude de 2013, Francisco também destacou a necessidade de cuidar da Casa Comum, nosso planeta. Lembrou os jovens da importância do ativismo e da responsabilidade social, reforçando que a fé deve se traduzir em ações concretas.
E quando, em sua última audiência, falou sobre o valor da gratidão e da esperança, tornou-se imperativo recordar que sua vida foi marcada por uma busca incessante pelo essencial. Sua escolha por um túmulo simples, próximo às crianças, ressoa como uma declaração do que realmente importava para ele: o amor, a humildade e a simplicidade
A dor da perda
Enquanto olhamos para o futuro, a saudade que sentimos é um tributo à beleza de sua vida. Que possamos guardar suas palavras e ações em nossos corações, continuando a agir, amar e servir, em homenagem a um Papa que nos ensinou que, na simplicidade, reside a verdadeira grandeza.
Francisco, você partiu, mas seu espírito gentil e amoroso continua a nos guiar. O coração do mundo, embora em dor, ainda grita: não te esquece.
(Fonte: “O Papa e a Misericórdia”, Vatican News).
(Fonte: “A juventude e a mensagem do Papa Francisco”, Agência Brasil)
(Fonte: “O último ato de Francisco”, Corriere della Sera)