A Igreja não pode Esquecer dos Pobres

O Papa Francisco não deseja que sejam eles esquecidos, ou que é pior, menosprezados. São filhos de Deus… E membros do Reino (de Deus). A Igreja não pode esquecê-los. Deus partilhou tudo, conosco: vida, amor, bens, a luz, água e até mesmo o céu. Se existem infelizmente, até a miséria não é por vontade de Deus, ou por culpa Dele, mas por causa do apego as coisas, da ganância, do orgulho, da falta de fraternidade e da solidariedade.  

Cristo mesmo, sendo riquíssimo, (Senhor de tudo) fez-se pobre, para nos mostrar com sua pobreza, o amor a todos, mormente aos menos favorecidos. Fez-se não somente pobre, mas paupérrimo, para estar com os mais necessitados, fragilizados e humilhados. Amar é estar próximo. É buscar os distantes e doentes. Por isso fez-se um deles. Onde e como nasceu? quem estava então presente? pastores e desprezados. Onde cresceu? em Nazaré. Pode vir algo bom de lá?  afirmou até um apóstolo… Como viveu? Pobre. Como morreu?  na Cruz. Podia identificar-se ainda mais e melhor conosco? Aliás, também, sua mãe-Maria- não o acompanhou em tudo, até o fim? 

O Papa quer que redescubramos o sentido da pobreza pela oração e por isso lembra a celebração do sínodo da oração e da solidariedade. Quem não ora não consegue pensar e agir como cristão. Caridade não é apenas filantropia. É educar o coração para que pulse, como o do Cristo. É ter mãos que se estendam a idosos e tornar-se remédio para os doentes. 

Eu lembro, ainda, quem é a política, deveria ser a ciência, arte e a virtude do exercício do bem comum, tornou-se nos países subdesenvolvidos, muitas vezes, ocasiões de abuso de poder, de ganância, e de injustiças sociais. O que visa a geopolítica dos grandes? expansão, lucro e domínio há muito por fazer. Porque tantas revoltas agressões e até guerras?  Quem sofre mais com tudo isso? O pobre. O marginalizado. É preciso também rezar mais.… Isso acontecerá somente quando povos começarem a sentir-se mais irmãos e solidários… aja oração… aja sínodo…conversão, começando pela Igreja.


Autor: Dom Carmo João Rhoden – Bispo Emérito de Taubaté (SP) 
Fonte: CNBB