A maternidade de Nossa Senhora em minha vida.

Falar sobre a maternidade de Nossa Senhora é uma experiência como descreveu santa Teresinha em História de uma Alma, “Coisas há que perdem a fragrância, quando expostas ao ar. Existem pensamentos da alma que se não podem traduzir em linguagem terrena, sem perderem o sentido autêntico e celestial.” Para alguns sentimentos ainda não foram inventadas palavras para descrever, e só podem ser sentidas, assim é o amor, o carinho e a paciência de Nossa Senhora por nós.

A Virgem Maria é uma boa mãe, Ela conhece seus filhos, sabe de suas fraquezas e grandezas. O filho às vezes precisa de algum tempo para ir conhecendo a mãe, mesmo que já a ame e confie, o filho precisa aprender como agradar essa boa mãe.

Assim é a relação filial entre mim e Nossa Senhora, são perceptíveis o seu amor e a sua providência, em situações grandiosas, mas principalmente no ordinário do dia a dia, que pode até passar despercebido caso não esteja atento. A Virgem Maria sempre se adianta no socorro e amparo das dificuldades. Quanto mais buscamos, mais Ela se apresenta e vai abrindo os caminhos para estarmos mias próximos Dela e de seu filho Jesus.

Como a Virgem Maria me conhece e sabe que sou muito curioso e aventureiro ela vai me mostrando pequenas coisas nestes sentidos, por meio da leitura, peregrinações, viagens a santuário, retiros e a vida dos santos. Partilho que desde da infância nutro um profundo amor por Nossa Senhora. Uma das primeiras orações que recordo é a do santo rosário, oração encantadora, que rezávamos principalmente nas excursões a cidade de Aparecida – SP. O rosário foi uma oração da família. Recordo que havia um pequeno livro de contemplação dos mistérios em casa e por muitas foleava para percorrer a vida Cristo por Maria.

Outra devoção que trago de nossa família foram as novenas dedicadas a Nossa Senhora. Por vezes no mês de novembro, onde celebramos Nossa Senhora das Graças, ainda durante a madrugada sob a luz de pequenas lanternas andávamos um caminho para rezar a novena na Igreja matriz em São Joaquim da Barra -SP. Esses simples gestos traziam alegria e paz ao nosso coração. Rezar novenas ainda na infância me trouxe uma profunda devoção a Nossa Senhora das Graças e desde então trago uma medalha milagrosa junto a mim.

Em 2018, obtive o interesse de ler o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria”. Por curiosidade, adquiri o livro e fiquei encantado pela leitura e por aquilo que era proposto, e rapidamente em 8 de dezembro do mesmo ano já estava assinando a consagração, tornando-me assim escravo de Jesus pelas mãos de Nossa Senhora, segundo o Método de São Luís Maria Grignion de Montfort.

Após a consagração iniciei também a trajetória de fazer parte da Academia Marial de Aparecida, ligada ao Santuário Nacional, que tem como objetivo a realização de vários trabalhos e estudos teológico-marianos, realização de congressos, retiros e a publicação de artigos e livros que são compartilhados entre seus associados e a todos que se interessarem. Fazer parte deste grupo colabora no conhecimento sobre a vida e virtudes da Virgem Maria e através destes ensinamentos tenho buscado contribuir para que outras pessoas também possam crescer na devoção a Nossa Senhora.

Já em 2020 ao ler um artigo na internet, e que diga-se de passagem me prendeu muito a atenção, pois estava em um momento de oração ao qual pedia para que Nossa Senhora me ensinasse a ser e levar a Presença Dela e de Deus ao mundo, a providência divina me alcançou mais uma vez, após um ano estava assinando para ser missionário de aliança da Comunidade Católica Presença, que tem Nossa Senhora das Graças como madrinha, a devoção Mariana a qual sempre tive mais afinidade, e fazer parte da comunidade tem me ajudado na busca pela santidade.

Os caminhos de Deus são interessantes, para me familiarizar com o Carisma Presença, alguns anos antes além do rosário Mariano, comecei a rezar também o terço da misericórdia, após ter conhecido os escritos de santa Faustina, e ter me identificado com a Devoção à Divina Misericórdia. Também alguns meses antes de começar o caminho vocacional na comunidade, por providência também havia comprado as “Cartas Completas” e “O Diálogo” e começado a ler estes escritos de Santa Catarina de Sena que é nossa patrona.

Costumo imaginar sempre que todos os dias Ela me entrega uma semente, que eu não sei o que é, por curiosidade eu planto, e logo essa planta cresce e revela alguma flor ou algum fruto, esta planta no jardim da minha alma aos poucos cresce e fica mais bonita e produtiva. Algumas tenho dificuldade para cuidar, outras tenho facilidade, mas Maria me ensina e me ajuda a cuidar de cada uma, portanto sempre colho algo novo e bom.

André Luís Fernandes Crupelati
Missionário Comunidade Presença