A Quaresma é o caminho para a alegria do encontro com Cristo

O Tempo da Quaresma nos convida à oração, ao jejum e à penitência como exercícios das virtudes cristãs. É um chamado à prática da caridade, do perdão e das boas obras, que devem ser constantes no caminho da santidade, mas, por vezes, se enfraquecem na vida cotidiana. Reanimados pelas leituras dos Domingos da Quaresma, fortalecidos pela oração e incentivados pela penitência, que essa caminhada nos renove por uma transformação espiritual, revestindo-nos do novo ser, que foi criado à imagem de Deus, na justiça e na santidade verdadeiras. A Quaresma é o caminho para a alegria do encontro com Cristo, vivenciado em comunhão com toda a Igreja.

A penitência leva à santidade

A certeza de um Deus misericordioso nos conduz à busca do perdão, não um perdão momentâneo, mas sim um perdão verdadeiro e profundo, de quem busca se tornar o homem novo. E essa busca se concretiza através da penitência, pela qual praticamos o cumprimento especial das virtudes cristãs, exigindo um maior esforço para nos aproximarmos da santidade. O Código de Direito Canônico (cân. 1249) determina que os fiéis “cumpram mais fielmente as próprias obrigações”. É a proposta do exercício das virtudes próprias da vida cristã, mas com maior ânimo e ainda mais dedicação.

Assim, se lhe falta caridade, proponha-se atos de ajuda ao próximo, como participação em obras assistenciais. Se você peca por ser demais materialista, doe tempo e atenção, aproximando-se do irmão e reconhecendo o valor do carinho, da compaixão e da presença. À luz desses exemplos, proponha-se uma penitência que, de fato, seja custosa no início e exija muito esforço. Assim, com a celebração da Páscoa, aqueles atos que antes eram penitência se tornarão algo natural e se revelarão como verdadeiras virtudes da sua vida de santidade.

Conversão e purificação

Nas palavras do Santo Papa João Paulo II: “A ‘penitência’ em sentido evangélico significa sobretudo isto: ‘converter-se’. Jesus contesta o modo puramente exterior com que muitos contemporâneos seus cumpriam os atos próprios da penitência: a esmola, o jejum e a oração. Eles descuidavam o verdadeiro fim destes atos, que era a purificação interior, necessária para podermos nos encontrar, no íntimo da consciência, ‘no segredo do coração’, com a santidade misericordiosa de Deus”. E o Pontífice concluiu: “A penitência, por conseguinte, não é só esforço; é também alegria. Mais ainda: por vezes, é uma grande alegria do espírito humano, uma alegria que não pode brotar de outras fontes”.

Que esse Tempo de Quaresma nos permita uma penitência com esforços além de nós mesmos, pela prática das virtudes que nos faltam e renúncia dos pecados que nos permeiam. Esse esforço, cansativo e doloroso, será no final recompensado por uma verdadeira virtude cristã, integrando uma parte natural da nossa vida de santidade. Que assim seja!


Escrito por Equipe de Formação da Canção Nova