Amor e devoção a Nossa Senhora de Guadalupe

“Eu me casei em 2010 e até 2013 não tinha conseguido engravidar, embora minha situação de saúde e a do meu esposo estivesse normal. Porém, meu esposo foi como repórter cobrir a visita do Papa ao México. E, na época, eu fiquei assim: “Poxa, eu sou a devota e é ele quem vai”. Mas foi e lá ficou encantado, fez videochamada, me mostrou a catedral e tudo mais.

Ele ganhou de umas irmãs uma medalhinha de Nossa Senhora de Guadalupe, porque elas ficaram sabendo que nós não conseguíamos engravidar; e ele trouxe para mim com muita devoção. Fiquei usando aquela medalha e elas disseram que iria dar certo pela intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe, pela intercessão da madre superiora delas, quer era para pedir por ela, porque a madre estava para ser beatificada.

Peregrinação ao México

Bem, passou um tempo e nada de engravidar. Mas, então, nós decidimos ir ao México. Eu, meu esposo e meu pai estávamos lá andando de joelhos. Pedimos duas graças muito importantes e muito sérias para nós: pedimos a graça da libertação da nossa família de uma situação muito difícil, espiritual, que a minha família estava vivendo, por parte de mãe, tinha dois membros da família com muitos problemas espirituais, além de pedir pela nossa gravidez, pela graça de um filho. Então, ali, andando de joelhos, rasgando os joelhos, eu andei ao redor daquela basílica pedindo essas duas graças; e fomos à missa todos os dias, rezamos o terço, vivemos com muita contrição e com muita esperança os dias em que estivermos lá. Fomos em peregrinação.

Aparição milagrosa a Juan Diego

Eu conheci Nossa Senhora de Guadalupe, no ano 2001, quando eu estava na missão de Fortaleza no Ceará. O padre Alexandre Patioli visitava a nossa casa de missão e levava a estampa de Nossa Senhora de Guadalupe. Ele nos apresentou a história d’Ela e de Juan Diego.

Eu me apaixonei pela Virgem de Guadalupe, que apareceu para os índios, para um homem pobre, simples, analfabeto de uma certa idade, em sua roupa indígena de um modo tão fantástico, que só mesmo o céu poderia fazer. Muitos estudos foram feitos na roupa e nunca foi comprovada uma tinta humana ou questões deste mundo e Nossa Senhora de Guadalupe tornou-se então a padroeira das Américas.

Ela disse a Juan Diego: “Não estou eu aqui que sou a sua mãe não se preocupe”, e a partir de então os povos indígenas, os brancos e todos das Américas se renderam aos cuidados dessa Mãe, que apareceu grávida, por isso, Ela traz um laço preto junto à barriga, em sinal de gravidez.

Bem, eu me encantei com a história, o meu coração pulsou diferente com a Virgem de Guadalupe; então, comecei a desenvolver a minha intimidade com Ela nas novenas, nas orações e na veneração da estampa. E, quando disse isso à minha família, minha mãe, que era viva na época, comentou: “Nossa, que interessante, um dos nomes que nós cogitamos para você foi Guadalupe!”.

A minha surpresa foi imensa porque até então eu tinha 21 anos e minha mãe nunca havia comentado essa questão. Percebi que isso estava na minha história, porque nós sabemos que o céu escolhe muitas realidades na nossa vida e eu estava entendendo, naquele momento, que o meu coração já estava encantado pela Virgem de Guadalupe, já ardia com esta aparição d’Ela; e eu compreendi que o céu escolheu a Virgem de Guadalupe para me acompanhar ao longo da vida.

Padroeira da América Latina

Assim como eu vou percebendo na história do meu esposo e dos meus filhos outros títulos de Nossa Senhora, que o céu escolheu para a espiritualidade deles, eu vejo mesmo este apelo à vida, pois a Virgem de Guadalupe é tida como padroeira dos grupos pró vida e de toda a questão humana e espiritual de apoio às Américas; e eu sou latino-americana, enfim, muitos sinais de Deus com a Virgem de Guadalupe.

Eu tenho a estampa, o quadro d’Ela em alguns ambientes da minha casa. E também, por causa disso, me aproximei de Juan Diego, que foi canonizado, não tinha como ser diferente; e eu vejo, de fato, que a Virgem de Guadalupe é um sinal para os nossos tempos, aquela mulher maravilhosa, a mãe perfeita que se preocupa com a história do seu povo e que vem para salvar, vem para converter da idolatria, do paganismo, das falsas doutrinas, como era o caso do culto dos indígenas. Vem para libertar da escravidão do pecado, do engano, vem para consagrar a América a Jesus, o Senhor, e mudar toda a história do povo que passa a ser próspero, devoto, livre mentalmente e espiritualmente.

Enfim, o milagre

E entre sangue, suor, oração e lágrimas completamos os nossos dias no México, na igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, retornando ao Brasil. Quatro meses depois, eu constatei que estava grávida, para a glória de Deus. Durante a gravidez, escutei muitas músicas marianas, colocava fone na barriga e, de fato, o meu filho Lucas nasceu com o nome do evangelista mais mariano. Ele é consagrado a Virgem de Guadalupe. Claro, não foi possível voltar ao México para apresentá-lo, porém, no seu batismo, ele foi consagrado a Virgem de Guadalupe.

Ele traz a estampa d’Ela no seu quarto, ele sabe que a Virgem de Guadalupe é a sua guardiã, é a sua madrinha e ele realmente é mariano, tem o nome de Lucas porque nasceu no ano da fé, em que meditávamos o Evangelho de São Lucas. Ela o tem conduzido nesses quase dez anos de vida; e, em relação aos meus parentes, de fato, a libertação aconteceu, eles precisavam de uma libertação espiritual e humana, e eles viveram realmente tudo isso; então, a nossa família pôde ficar em paz. Tudo isso graças a Virgem de Guadalupe, que eu amo tanto e que me escolheu e que se apresentou a mim.”


Lilian Maria