Foi realizado o lançamento do programa Não Temas, Maria, uma iniciativa inovadora da Arquidiocese de Brasília junto com a Secretaria da Mulher do Distrito Federal.
O projeto, que tem o nome inspirado no versículo do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas (1, 30), visa oferecer suporte às mulheres vítimas de todos os tipos de violência, seja física ou psicológica, fortalecendo vínculos familiares e os valores cristãos.
Participaram do lançamento do programa o cardeal Dom Paulo César Costa, o padre Thaisson Santarém, a professora da Universidade de Brasília, doutora Lenise Garcia, a doutora Tania Manzur e a secretária da mulher do Distrito Federal, Giselle Ferreira.
O lançamento ocorreu no teatro Pedro Calmon e contou com a presença dos fiéis da arquidiocese e membros de pastorais. O idealizador da ideia, o cardeal Dom Paulo Cesar Costa explica que a ideia nasceu a partir da visão antropológica da igreja.
“Queríamos, a partir da antropologia e da doutrina católica, criar uma grande rede de proteção e dedicação da mulher. O projeto nasce do olhar que a fé católica tem da mulher, do ser humano criado à imagem e semelhança de Deus”, destaca.
Com vasta experiência em bioética e educação, a doutora Lenise Garcia lembrou sobre a importância da igreja e da sociedade acolher a mulher vítima de violência.
“A violência deveria ser algo ausente do ambiente familiar, mas há uma demanda muito grande de mulheres que buscam ajuda, e é preciso saber encaminhar essa vítima, tanto do ponto jurídico, espiritual e social. Por tanto, é preciso estarmos preparados para saber atender.”
Os altos números de violência no Distrito Federal foi um dos fatores que também levaram a Arquidiocese a se unir em parceria com a Secretaria da Mulher pela primeira vez. O encontro também lembrou os canais e serviços do governo que ajudam as mulheres vítimas de violência de todas as regiões do DF. De acordo com o Padre Thaissom a Igreja não visa fazer o papel do estado, mas sim “fazer o papel da igreja, que é de evangelizar, acolher e instruir as mulheres que vivem em situação de violência e não conhecem seus direitos”.