Os eleitores australianos vão às urnas em 3 de maio para decidir quem liderará o próximo governo, com o atual primeiro-ministro Anthony Albanese buscando a reeleição para um segundo mandato pelo Partido Trabalhista contra o líder da oposição Peter Dutton, líder da Coalizão Liberal-Nacional de centro-direita. Os dois líderes realizaram seu primeiro debate público na noite de segunda-feira, 7 de abril.
Custo de vida, moradia, bem como acesso à saúde, imigração, criminalidade e ação climática são as principais questões da campanha eleitoral em andamento em meio a dificuldades econômicas, incerteza internacional e polarização política.
Uma oportunidade para promover o bem comum e abrir caminho para a esperança
Antes da votação, os bispos australianos emitiram uma Declaração Eleitoral intitulada “Chamados a Trazer Esperança no Ano do Jubileu”, conclamando os eleitores católicos a se tornarem “pessoas de esperança”, inspirados pelo tema do Ano do Jubileu, e a reconhecer seu papel na formação da direção moral e social da nação.
“O Jubileu nos lembra que votar não é apenas um dever cívico, mas uma oportunidade de promover o bem comum e abrir caminho para a esperança”, escreveram.
A polarização corrói a coesão social
Lamentando o preocupante aumento da polarização no discurso político australiano, que, segundo eles, “corrói a coesão social” e que, nos últimos meses, chegou a se transformar em violência, os bispos reafirmam sua forte condenação de todas as formas de ódio e discriminação, particularmente o antissemitismo, que surgiu também na sociedade australiana como resultado da guerra em curso em Gaza e no Oriente Médio.
Neste contexto, os Bispos insistem na importância de resolver conflitos por meios democráticos e não por meio de violência ou intimidação, lembrando aos eleitores que “Nenhum político ou partido político poderá resolver todos os problemas ou servir como um representante perfeito”.
“Nossa democracia é definida pelo nosso compromisso de resolver problemas pacificamente por meio do diálogo e de processos democráticos.”
No centro da mensagem dos Bispos está a ênfase em uma consciência bem formada, que deve orientar o voto dos católicos, garantindo que suas decisões respeitem o que é verdadeiro, bom e justo. “Como católicos, eles afirmam que temos a obrigação de formar nossas consciências por meio da razão, da Sagrada Escritura e dos ensinamentos da Igreja para que, nas palavras de São Paulo, ‘nos revistamos da mente de Cristo’.”
A consciência é o nosso guia interior, permitindo-nos discernir o certo do errado e julgar o que é bom e justo, e temos o dever de segui-la fielmente. Isso exige uma análise cuidadosa dos fatos e do contexto das nossas decisões, além de um compromisso com a oração para discernir a vontade de Deus.
Principais questões éticas e sociais que os católicos devem considerar
A declaração destaca algumas questões éticas e sociais fundamentais sobre as quais os católicos devem refletir antes de votar. Elas incluem a defesa da santidade da vida, desde a concepção até a morte natural; o apoio às famílias; a liberdade religiosa e os direitos de consciência; a administração responsável da criação de Deus, a promoção do bem comum e a promoção de uma sociedade justa “onde todos os australianos possam prosperar”.
Uma oração incluída no final da declaração invoca a orientação de Cristo sobre a nação e seus diversos povos e a transformação de suas vidas por meio de Sua graça.
Os princípios da Doutrina Social da Igreja
Os bispos australianos concluem reafirmando quatro princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja: dignidade humana, promoção do bem comum; subsidiariedade, que exige que as pessoas ou grupos mais diretamente afetados por uma decisão ou política tenham o papel fundamental na tomada de decisões em seu desenvolvimento, e solidariedade, que “reconhece que os humanos são seres sociais que formam uma família humana e têm responsabilidades uns com os outros, apesar das diferenças nacionais, raciais, culturais, econômicas e ideológicas.