Centenas de pessoas marcham em defesa da vida no Rio de Janeiro

Centenas de pessoas participaram no dia 05 de maio, no Rio de Janeiro (RJ), da 9ª Marcha Pela Vida. O objetivo foi manifestar o valor da vida desde a concepção até a morte natural.

Os participantes se reuniram no posto cinco da praia de Copacabana, de onde partiram para o Leme, acompanhados de um carro de som com palco no qual líderes pró-vida e políticos discursaram.

A marcha teve a participação de muitas beneficiárias da Casa da Gestante Pró-vida de Nilópolis, que foram junto com seus filhos para testemunhar que a vida vale a pena.

“Eles me acolheram no momento em que eu mais precisei, tinha acabado de perder a minha mãe e tinha acabado de engravidar”, disse à ACI Digital Winnie Silva, de 28 anos, que tem três filhos e foi beneficiária da Casa da Gestante.

“Nunca pensei em aborto. Nunca pensei, eu sempre fui a favor da vida até porque eu perdi um filho. Então, a dor da perda é muito ruim. Desde então, participo das marchas, sempre estou presente”, disse ela.

Winnie Silva exortou as mulheres que não têm condições a fazer como ela e procurar “pessoas que possam ajudar vocês, mas não busquem tirar, pois a vida de uma criança, a vida de qualquer um importa”.

 Sobre o movimento pró-vida em Nilópolis, a voluntária Aline Hipólito contou que “começou apenas com meninas que queriam abortar. Hoje em dia a gente já atende todas as meninas, inclusive as que não querem abortar, mas infelizmente elas têm dificuldades para conseguir manter essa gestação”.

O número de pessoas que busca ajuda “cada vez cresce mais, porque infelizmente a estrutura para a mulher, o apoio para a mulher está cada vez mais difícil”, continuou ela.

“É muito gratificante ver todas essas crianças nascendo, se tornando boas meninas. É ver que o nosso trabalho tem futuro e é o futuro”, disse ela, acrescentando que mais de 3 mil bebês já foram salvos do perigo do aborto graças ao trabalho da Casa da Gestante. 

“O aborto não tem sentido… A gente tem direito ao nosso corpo, mas a partir do momento que tem um corpo dentro de nós, eu não tenho mais direito de sacrificá-lo, porque é um sacrifício de uma criança que eles estão fazendo e propagando. Por isso, a gente luta contra”, concluiu.

A manifestação foi organizada pelo Movimento da Cidadania pela Vida Brasil sem Aborto, com o apoio de líderes pró-vida e líderes de diferentes religiões.

A edição deste ano pediu a aprovação do Estatuto do Nascituro e a rejeição da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442.

O que é a ADPF 442?

A ADPF 442 foi apresentada no STF pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em março de 2017. Seu julgamento ocorreu em setembro do ano passado, no plenário virtual do Supremo com o voto favorável da ex-presidente do STF e relatora da ação, ministra Rosa Weber, que se aposentou dias depois. Logo em seguida, o julgamento foi suspenso com um pedido de destaque do atual presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, sem nova data.

“Nós estamos em um momento decisivo no Brasil na luta contra o aborto e pela vida, porque temos aí uma ameaça chamada ADPF 442”, disse Henrique Lima, procurador-geral do Ministério Público de Contas do Estado do Rio de Janeiro.

“O pedido dessa ação é o aborto até as 12 semanas, a legalização até a 12ª semana, porém, quando nós vamos ver a fundamentação da ação, descobrimos algo assustador, toda a fundamentação conduz à liberação total do aborto até os nove meses”, acrescentou.

Lima disse que “segundo o raciocínio engendrado ali na ADPF, só é pessoa constitucional aquele que nasceu com vida, ou seja, a partir do nascimento, aquele ser se torna uma pessoa digna de proteção pela constituição federal. Antes disso, não”.

Então, continuou ele, “segundo a lógica da ADPF, o aborto deveria ser legalizado até o nono mês. Mas, sorrateiramente, eles pedem até as 12 semanas para que fique mais palatável”.

Por isso, “estamos aqui em Copacabana hoje para dar um grito pela vida, dizer um não ao aborto. Esse perigo nunca foi tão próximo quanto agora. Nunca estivemos tão perto da legalização do aborto no Brasil quanto agora”. “Se o nosso Supremo Tribunal Federal reconhecer os fundamentos dessa ADPF, as portas estarão abertas, a caixa de pandora será aberta e males ainda piores poderão vir sobre a nossa nação”, concluiu.


Informações: Nathália Queiroz
Fonte: ACI Digital