No último sábado, na nona sessão da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se realiza em Aparecida (SP) até o dia 19 de abril de 2024, os bispos debateram amplamente o tema da juventude no contexto das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE)
A nona sessão da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no sábado teve a presença da jovem Wanessa Freire Almeida, secretária nacional da Pastoral da Juventude (PJ), e Patrik Soares de Carvalho, membro da Comunidade da Aliança de Misericórdia e representante das Novas Comunidades, ambos membros da Coordenação Nacional da Pastoral Juvenil da CNBB, composta por 12 jovens.
Dom Vilson, bispo de Imperatriz (MA) e presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB, destacou a necessidade de um novo despertar para e com as juventudes.
A partir do documento final do Sínodo dos Jovens e da exortação pós-sinodal Christus Vivit (Cristo Vive), ofereceu reflexões sobre a juventude como “prioridade pastoral histórica” para a Igreja.
O bispo ressaltou a importância de compreender a realidade juvenil e propor ações práticas para abordá-las, sublinhando também a necessidade de iluminar essa realidade com os ensinamentos do magistério da Igreja e os projetos tanto do CELAM quanto da Igreja no Brasil.
Jovens na Igreja
Wanessa e Patrik, em sua fala conjunta, destacaram a presença e importância dos jovens na Igreja e suas expectativas para o futuro. Abordaram tópicos como a presença dos jovens na Iniciação à Vida Cristã; preocupação com as causas sociais, sobretudo com a Casa Comum; desejo e necessidade de formar novas lideranças jovens; desafios de proximidade com as lideranças e assessores eclesiásticos nas dioceses; dificuldades dos jovens em participarem nas instâncias decisórias da Igreja; aumento dos jovens “desigrejados”.
Reforçaram ainda a falta de unidade entre os carismas, movimentos, congregações religiosas e as pastorais das juventudes. Os jovens lembraram que “unidade não é uniformidade”; destacaram a necessidade de estratégias para uma saúde integral dos jovens e a proximidade com os influenciadores nas redes sociais.
Os debates também envolveram bispos com experiências em juventudes, como Dom Eduardo, bispo de Jaboticabal (SP), dom Gilson, bispo de Nova Iguaçu (RJ) e Dom Darley José Kummer, bispo auxiliar de Porto Alegre (RS). Eles compartilharam histórias e percepções sobre processos de evangelização e pontos de destaque nas discussões sobre as juventudes, pautadas pelo caminho recente percorrido pela Igreja tanto universalmente quanto no contexto brasileiro.
Profecia da juventude da Igreja
Ao falar aos mais de 400 bispos presentes, Patrik, de 24 anos, expressou sua honra em representar as juventudes brasileiras na assembleia dos bispos, ressaltando o privilégio e a responsabilidade que essa posição lhe confere. “É uma alegria muito grande poder estar aqui, alegria que é acompanhada de um grande sentimento de responsabilidade, por estar em nome da juventude do nosso Brasil. Sem dúvidas, é um momento profético para a juventude da nossa Igreja, e que possamos colher juntos os frutos desse momento”, declarou Patrik.
Wanessa, de 27 anos, compartilhou seu sentimento de alegria e gratidão por poder trazer à tona o tema da evangelização da juventude na assembleia dos bispos. Enfatizou a importância de ouvir os jovens para desenvolver estratégias de evangelização que partam da realidade juvenil. “Ouvir a juventude é essencial para pensar a evangelização, com base na realidade juvenil, entendendo as diversas realidades e construindo juntos a partir das vivências, e não a partir de concepções pré-definidas sobre as juventudes”, afirmou Wanessa.