França: uma Páscoa única com números recorde de novos católicos

A Igreja na França prepara-se para uma Páscoa especial com mais um número recorde de catecúmenos. Embora os dados exatos ainda não tenham sido anunciados, estima-se que o número de batismos de adultos este ano será de pelo menos 30%. mais. É uma verdadeira epidemia, ou melhor, uma captura milagrosa inesperada – admite pe. Pierre-Alain Lejeune, pároco de Bordéus.

Ele observa que tudo começou há um ano e meio, quando várias dezenas de pessoas vieram à sua paróquia para o batismo, de modo que agora ele tem oito vezes mais catecúmenos do que há dois anos. A princípio pensou que era uma manifestação do dinamismo da sua paróquia. No entanto, ele aprendeu rapidamente que não era exceção. Outros párocos têm o mesmo “problema”, estão sobrecarregados com o súbito afluxo de novos catecúmenos. “O que surpreende é que este aumento seja repentino e simultâneo: ao mesmo tempo e em muitas paróquias”, escreve pe. Lejeune. Ele mesmo vê isso como uma manifestação de intervenção sobrenatural: “Num momento em que a nossa Igreja atravessa uma crise sem precedentes, quando muitos estão preocupados com a deserção das igrejas e a falta de vocações, do nada surge uma verdadeira onda de adolescentes e adultos aparece pedindo o batismo.”

O presidente do Episcopado francês, Dom Éric de Moulins-Beaufort, também comentou o aumento sem precedentes do número de catecúmenos em entrevista à Rádio RCF.

“É verdade que registamos um forte aumento no número de catecúmenos. Mais de 30 por cento este ano. No início da Quaresma, encontrei-me com os bispos numa sessão doutrinária e todos ficaram maravilhados com o grande número, a diversidade, mas também o alto nível dos catecúmenos deste ano, disse o Arcebispo Eric de Moulins-Beaufort à Rádio RCF. – Sabemos que são mais jovens do que no passado. Enquanto há dez anos a idade média era de 40 anos, agora penso que é cerca de 30. É difícil dizer o que os levou a fazer isso. Talvez a Jornada Mundial da Juventude, talvez a Covid. Em todo caso, entre os catecúmenos encontramos pessoas que já há algum tempo pensam no batismo, algumas desde a infância. Aos trinta anos esse desejo toma forma concreta. E acontece que a Covid e as restrições relacionadas tornaram-se uma oportunidade para uma reflexão mais profunda sobre a própria vida. (…) Agora é importante que nós, como Igreja, os acolhamos bem para que encontrem o seu lugar entre nós. Nossas comunidades devem se acostumar a aceitar novos membros. Esta é uma tarefa para todos os cristãos. E este é também o significado da Quaresma. É um tempo de conversão para que possamos acolher melhor os catecúmenos que se tornam nossos irmãos e irmãs”.


Informações: Krzysztof Bronk – Vaticano