A força da simplicidade e a grandeza do coração que acolhe
“A verdadeira autoridade nasce da escuta, da compaixão e do serviço.”
(Reflexão inspirada pela vida e testemunho do Papa Francisco)
Nestes últimos anos, especialmente durante meu tempo de estudos e missão em Roma, tive a graça de acompanhar de perto o pontificado do Papa Francisco. Mais do que títulos e discursos, o que mais me tocou foi sua humanidade. Em um tempo de tantas transformações e incertezas, Francisco nos oferece a beleza de um Evangelho vivido com os pés no chão e o coração em Deus.
Ele é o Papa da escuta. Seu olhar atento, suas palavras simples e seus gestos concretos falam de um Deus que não está distante, mas que caminha conosco, especialmente com os que sofrem e se sentem esquecidos. Francisco não precisa de longos discursos para tocar uma alma — basta sua presença, seu silêncio carregado de ternura, seu jeito de olhar como quem diz: “Eu vejo você.”
Um tempo novo para a Igreja
Desde 2013, o Papa Francisco tem conduzido a Igreja com coragem e sensibilidade. Ele nos lembra que a misericórdia não é sinal de fraqueza, mas de força que transforma. Propôs uma “Igreja em saída”, que vai ao encontro do outro, sobretudo daqueles que vivem nas periferias — geográficas e existenciais.
A sinodalidade — esse caminhar juntos — é um dos grandes legados de seu pontificado. Ele tem feito da escuta uma prática concreta e um modo de ser Igreja: aberta, participativa, acolhedora.
Com a encíclica Laudato Si’, Francisco também uniu fé e cuidado com a criação, mostrando que nossa responsabilidade com o planeta está intimamente ligada à dignidade humana e ao amor a Deus.
Um encontro que transforma
Durante os anos de pandemia, mesmo em meio ao medo e às restrições, tive a oportunidade de encontrar-me pessoalmente com o Papa Francisco. Foi em um momento delicado da minha vida, quando meu pai enfrentava uma fase terminal de câncer. Ao partilhar com o Papa essa dor, fui acolhida por seu olhar firme e sereno. Ele não me conhecia, mas parecia ver além das palavras — enxergava com o coração.
Francisco me ouviu. Rezou comigo. Pediu orações. E eu saí daquele encontro profundamente tocada. Ali compreendi que a grandeza não está nos títulos ou no poder, mas na humildade de se fazer próximo, de ser presença. Francisco é, de fato, um símbolo vivo da Igreja a serviço.
O legado da ternura e da esperança
Mais do que reformas ou estruturas, Francisco deixa um legado espiritual: a coragem da ternura, a força da escuta e a beleza de uma Igreja que caminha com os pobres, os doentes, os jovens e todos aqueles que desejam viver o Evangelho de forma encarnada.