Celebrar Nossa Senhora de Guadalupe é entrar no mistério profundo do amor de Deus que se faz próximo através de Maria. No Monte Tepeyac, em 1531, Ela apareceu a um simples indígena, São Juan Diego, e naquele encontro, Maria revelou algo que permanece atual: Ela é Mãe. Mãe que vê, que escuta, que acolhe e que cuida.
“Não estou eu aqui, que sou tua Mãe?”
Estas palavras, ditas por Nossa Senhora a Juan Diego quando ele estava angustiado pela doença de seu tio, são como um abraço que atravessa os séculos e chega até nós.
Ela continua repetindo a cada filho que sofre, teme, luta ou se sente sozinho:
“Não temas. Eu caminho contigo. Eu te guardo. Eu intercedo por ti.”
Maria não aparece como uma rainha distante, mas como a Mãe próxima, que se faz presente nas dores e esperanças do povo. Em Guadalupe, Ela se veste dos símbolos indígenas para dizer que fala a língua dos seus filhos, que compreende suas histórias, suas lutas, suas feridas e seus sonhos.
Maria, a Mãe que enfaixa as feridas
A imagem de Guadalupe, impressa na tilma de Juan Diego, mostra uma mulher que carrega a luz de Deus, mas também traz ternura, humildade e compaixão.
Ela aparece grávida, trazendo Jesus no ventre: isso significa que onde Maria está, Cristo chega.
Ela vem:
para consolar os que choram,
para levantar os caídos,
para proteger os feridos,
para conduzir ao Filho aqueles que perderam a fé,
para recordar que ninguém está abandonado.
Guadalupe e o cuidado de Deus por nós
Na aparição, Maria pede que seja construído “um lugar onde eu possa escutar as dores, acolher as lágrimas e oferecer o amor de meu Filho”.
Ela deseja ser a casa do consolo para cada pessoa.
Hoje, o seu Santuário em Guadalupe é o mais visitado do mundo — sinal da mãe que reúne seus filhos e os envolve com esperança.
Assim também acontece em nossa vida:
Maria constrói no nosso coração um “Tepeyac espiritual”, um lugar onde podemos chegar cansados, machucados, confusos e simplesmente ouvir:
“Meu filho, minha filha, estou aqui. Não temas. Permita-me cuidar de você.”
Maria caminha com seu povo
A Mãe de Guadalupe aparece de pé, como quem se coloca à frente da caminhada do seu povo.
Ela não abandona ninguém na travessia.
Ela conhece nossas histórias, nossos maiores medos e nossos mais profundos desejos.
Mesmo quando nós não percebemos, Maria está intercedendo, protegendo, guiando.
Como boa Mãe, Ela vai abrindo caminhos, iluminando decisões, fortalecendo nas provações e apresentando a Deus cada pedido nosso.
Porque Maria não é apenas Mãe de Jesus. É nossa Mãe, que nos ama com um amor tão concreto, tão simples, tão próximo, que chega a caber numa frase que pode transformar a nossa vida:
“Não estou eu aqui, que sou tua Mãe?”


