” Vida. A minha história através da História ”, é o título do novo livro em que o Papa Francisco conta, pela primeira vez, a sua vida através dos acontecimentos que marcaram a humanidade.
É uma autobiografia inédita na qual o Pontífice narra as suas memórias desde o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, quando tinha apenas três anos, até aos dias de hoje.
O próprio Pontífice explicou que o livro “foi escrito para que as pessoas, especialmente os mais jovens, possam ouvir a voz de uma pessoa mais velha e refletir sobre o que o nosso planeta viveu, para não repetir os erros do passado”.
No novo livro, que chegou da editora HarperCollins às livrarias da Espanha e da Argentina no dia 20 de março, um dia depois de seu lançamento na Itália e nos Estados Unidos, a narração do Santo Padre se alterna com a do vaticanista Fabio Marchese Ragona.
Em conversa com a ACI Prensa, Marchese define este projeto como “uma extraordinária experiência de trabalho e de vida”.
“Não é algo que acontece todos os dias poder trabalhar num projeto com o Papa e poder estar com ele. É uma experiência que me permite crescer e perceber que recebi um grande presente”, afirma.
Para o jornalista italiano, a chamada ao sacerdócio foi um dos momentos mais importantes da vida de Jorge Bergoglio. “Evidentemente, isso mudou tudo: cada perspectiva, cada sonho, cada decisão”, explica à ACI Prensa.
Destaca também outros acontecimentos que, na sua opinião, marcaram a existência do Papa Francisco, como os anos de ditadura na Argentina, dos quais fala pela primeira vez nesta nova autobiografia.
Fábio afirma que o leitor pode até se sentir identificado com o Papa Francisco porque, destaca, “sua vida é semelhante à de muitas outras pessoas”.
O autor expressa que ele próprio se sentiu identificado com o Pontífice e que muitos episódios “podem evocar a memória do leitor”.
“De perto pude perceber que ele é uma pessoa verdadeiramente humilde e simples e acho que isso faz a diferença em vários níveis. Ao contar sua vida, ele é como um ‘avô’ que te pega pela mão e te acompanha em uma jornada para te mostrar o que aconteceu no mundo”, comenta o autor.
Sobre a carreira do Papa Francisco, o vaticanista afirma que “ele permaneceu com os pés no chão e não mudou nada na sua forma de ser”.
“É por isso que um dia eu disse a ele: ‘Você sabia que dizem que é assim que você está destruindo o papado?’ E ele me respondeu: ‘Mas a minha vocação é a de sacerdote e como sacerdote tenho que estar no meio do povo, claro que não posso estar num pedestal’. E esta é uma grande lição que ensina a todos: você pode ser grande sendo pequeno”, diz à ACI Prensa.
Marchese garante que o livro mostra “nuances de sua vida que não eram conhecidas, vislumbres de sua vida antes de se tornar Papa, como o momento do fim da Segunda Guerra Mundial; a chegada à Lua, as discussões em casa sobre Hitler, tantas histórias novas sobre os anos da ditadura e tantos detalhes novos sobre os anos ‘sombrios’ de sua estadia em Córdoba ‘no exílio’”.
Por fim, sublinha que o Santo Padre também aborda questões atuais como a sua saúde, ou a possibilidade de renunciar ao pontificado . Segundo Marchese, “ele diz coisas importantes, como que não planeja reformar o conclave com direito de voto para leigos e freiras e que tudo o que está circulando são fantasias”.
De referir que a obra já foi colocada à venda em Itália, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Brasil, França, Alemanha, México, Portugal, Espanha e no resto da América Latina.