O nome de Jesus é inexplicável – São Tomás de Aquino

No dia 07 de março o céu recebia uma das grandes mentes católica. Neste dia São Tomás de Aquino. Depois de uma vida dedicada ao ensino e ao pensamento, Tomás morreu em 7 de março de 1274, na abadia de Fossanova, na Itália, após sofrer um ferimento durante uma viagem. 

“O nome de Jesus é inexplicável, por isso precisa ser comparado a alguns elementos: ele é como a rocha, porque é firme / ele é como fogo, porque aquece / ele é como a luz, porque ilumina” Santo Tomaz de Aquino.

 Tommaso d’Aquino (Tomás de Aquino), Italiano, nascido no ano de 1.225. Seus estudos iniciais ficaram por conta de monges beneditinos (conhecidos pelo extremo rigor com que tratam os estudos e a intelectualidade), tendo ingressado como seminarista na Ordem dos Dominicanos, em 1244. A vida de Aquino foi dedicada ao estudo e ensino de Filosofia e Teologia. O filósofo escreveu, ao todo, mais de 60 livros.

Entre 1245 e 1248, Aquino viveu na província de Colônia, na Alemanha, estudando com Alberto Magno. Entre 1248 e 1252, o filósofo retornou a Paris, retomando seus estudos iniciais de Teologia. Em 1259, o filósofo conquistou o título de Doutor em Teologia, passando a lecionar nos monastérios.

Durante sua graduação, era visto como um aluno estúpido e lerdo. Ele era introspectivo e não participava dos debates. Por ser muito gordo e extremamente quieto, só falando o necessário, foi apelidado de Boi Mudo

Entretanto, ao conhecer a fama que Santo Tomás de Aquino recebera de seus colegas, seu mestre, Santo Alberto Magno, fez a famosa proclamação nos corredores da Universidade de Paris:

“Vocês o chamam de Boi Mudo; eu lhes digo que esse Boi Mudo mugirá tão alto que seus mugidos preencherão o mundo”.

O Boi mudo, Príncipe da Escolástica, Doutor Angélico, Doutor Universal…títulos atribuídos ao Santo Tomás de Aquino.

Segundo o santo, sua função principal era ser teólogo e um frade dominicano, mas suas obras de filosofia alcançaram tanta fama que ele ficou conhecido por sua filosofia.

Foi aluno e professor da Universidade de Paris. Seu trabalho foi responsável por reviver os estudos de Aristóteles pela Europa, moldando para sempre a filosofia e a teologia cristã.

Nota: convencionou-se na tradição ibérica chamar a Santo Tomás de Aquino de Santo, em vez de São.  Na língua portuguesa, se o nome do Santo começa com consoante, ele é chamado de São; se com vogal, então Santo, por razões de eufonia.  Entretanto, Santo Tomás é a única exceção justamente para mais engrandecê-lo, singularizá-lo e honrá-lo. É algo piedoso chamar-lhe extensamente de Santo.

O pensamento de Tomás de Aquino

Durante o período escolástico, o debate e a argumentação foram estimulados entre os padres e intelectuais. No século XIII, a disputa firmava-se, de um lado, entre os dialéticos, defensores da Filosofia grega e sua preponderância sobre a Teologia, e, de outro lado, os teólogos cristãos, que acreditavam que somente as Escrituras Sagradas deveriam ser utilizadas pela intelectualidade, devido ao caráter pagão da Filosofia. A esses embates era dado o nome de Quaestio disputata (questões disputadas), e eles movimentavam a vida acadêmica e inspiravam a produção teológica e filosófica da época.

Aquino inovou ao trazer para o seu pensamento uma junção da Filosofia grega com a Teologia cristã, defendendo que os dois modos deveriam ser unidos para formar-se o pensamento cristão, que não poderia deixar de lado o conhecimento das ciências e da Filosofia. Era fundado, a partir daí, o que ficou conhecido como Filosofia aristotélica-tomista, ou simplesmente tomismo, devido à junção de elementos da Filosofia aristotélica com a Filosofia e a Teologia cristãs.

A distinção entre essência e existência é um dos principais pontos da Metafísica aristotélica que inspiram o tomismo. A falta de procedência direta formal (lógica) entre objeto e essência (que representa a forma ideal do objeto) levou o filósofo grego a formular a noção de substância.

Aquino continua dizendo que o que existe em essência de alguma forma existe, mesmo que não tenha existência material, ou seja, as coisas que existem em essência existem ontologicamente. A existência de Deus, segundo Tomás de Aquino, era uma dessas existências imateriais extraídas e provadas ontologicamente.

As “Cinco vias que provam a existência de Deus” fazem uma regressão causal que parte da noção metafísica aristotélica de princípio de causalidade (para todo efeito há uma causa) e da noção, também aristotélica, de que no mundo há movimento e transformação constantes. Deus é o princípio apresentado pelas cinco vias como gerador de tudo.

  • O motor imóvel: No universo, há movimento, e para todo movimento (efeito) há um movente (causa). Se procurarmos as causas do movimento universal, encontramos infinitas relações. É necessário, então, supor que, em algum momento, houve um primeiro movimento gerado por um movente que não foi movido por ninguém (o motor imóvel). Aquino supõe que esse motor imóvel seja Deus.
  • A primeira causa eficiente: Causa eficiente é a causa que dá origem. Partindo do raciocínio da primeira via, Aquino aponta que há uma primeira causa de tudo, e essa causa é Deus.
  • Ser necessário e seres possíveis: Existe aquilo que é necessário (que simplesmente é e não deixa de ser) e aquilo que é possível (aquilo que pode ou não existir, que deixa de existir, que começa a existir etc). Segundo Aquino, existem, no mundo, diversos seres possíveis e Deus, que é o ser necessário.
  • Graus de perfeição: Um argumento bastante platônico está presente nessa via que classifica os seres quanto à sua importância e proximidade de Deus. Deus, obviamente, seria o ser mais perfeito na hierarquia dos seres, vindo, então: os anjos, os seres humanos, os animais etc.
  • Governo supremo: No mundo, há ordem. A racionalidade é uma ordem. Toda essa organização somente existe porque há um governo supremo, feito por uma inteligência ímpar, capaz de manter tudo funcionando. Esse governo racional é comandado por Deus.

Livros:

Dentre os mais de 60 escritos deixados por Tomás de Aquino, podemos considerar a Suma teológica e O ente e a essência como os principais.

Suma teológica: nesse escrito encontram-se as “Cinco vias que provam a existência de Deus”. Produzido nos últimos nove anos de vida de Tomás de Aquino, as descrições sobre a existência de Deus, a relação do ser humano com Deus e a moralidade são as mais avançadas de sua trajetória intelectual.

O ente e a essência: esse escrito propõe-se a resolver questões metafísicas iniciadas por Aristóteles e apresentadas com o toque cristão tomista. O título refere-se às categorias distintas, ente e essência, sendo que essência equivale ao “conceito” das coisas, ou seu significado abstrato, enquanto ente é “a própria coisa”.

Frases:

  • “Ninguém tende a uma determinada coisa pelo desejo e pelo estudo, se tal coisa não lhe for previamente conhecida.”
  • “Por seu pecado, os hereges merecem não apenas ser separados da Igreja, pela excomunhão, mas também do mundo, pela morte.”
  • “A humildade é o primeiro degrau para a sabedoria.”
  • “Deus é uno, simples, perfeito, infinito, dotado de inteligência e vontade.”

 

Tomás de Aquino – Santo e Doutor da Igreja, rogai por nós!

Armando Soares de Oliveira Júnior

Missionário Comunidade Católica Presença


Bibliografia:

São Tomás de Aquino (Plinio Maria Solimeo) / Catequese de Santo Tomás de Aquino (Minha Biblioteca Católica) / ChurchPOP / Brasil Paralelo / Brasilescola / Mundoeducação