Os ataques continuam no sul da Faixa de Gaza, apesar do anúncio nos últimos dias de que começaria uma nova e menos intensa fase da guerra. O julgamento contra Israel começou nesta quinta-feira em Haia, após acusações feitas pela África do Sul.
Os ataques israelenses contra o Hamas continuam a se concentrar em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza: um túnel subterrâneo usado pelo movimento fundamentalista para manter reféns também foi supostamente encontrado ali. No norte, por outro lado, as Forças de Defesa de Israel informaram que bombardearam um centro de comando do Hezbollah e um local de lançamento de foguetes no sul do Líbano.
O encontro entre Blinken e Abu Mazen
Na frente diplomática, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reuniu-se ontem em Ramallah, na Cisjordânia, com o presidente palestino Abu Mazen. Em um encontro com a imprensa em Bahrein, mais uma parada em sua turnê pelo Oriente Médio, Blinken afirmou que o líder estaria comprometido com a reforma da NPC, a Autoridade Nacional Palestina, mas ressaltou que Gaza é inseparável do Estado Palestino. Abu Mazen também participou de uma reunião em Aqaba, no Mar Vermelho, com o rei jordaniano Abdullah II e o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi. Os dois últimos, em um comunicado conjunto, pediram uma “ação decisiva” da comunidade internacional para chegar a um cessar-fogo final na guerra entre Israel e o Hamas.
Netanyahu: ‘Não ocuparemos Gaza’
Sobre o destino de Gaza, também chegou uma declaração do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em um vídeo divulgado ontem à noite: “Israel não tem intenção de ocupar permanentemente Gaza ou deslocar sua população civil”, disse ele. “Israel está lutando contra os terroristas do Hamas, não contra a população palestina. Por sua vez, o Hamas voltou a reiterar suas posições, exigindo o fim total das hostilidades em Gaza: “Se Israel não aceitar essas condições, os reféns não voltarão vivos para casa”, disse um porta-voz.
Julgamento em Haia contra Israel
O julgamento contra Israel, acusado de “genocídio” no pedido apresentado pela África do Sul em 29 de dezembro passado, terá início hoje em Haia, no Tribunal Penal Internacional. Em particular, Pretória solicitou ao Tribunal que indicasse medidas provisórias para “proteger contra danos adicionais, sérios e irreparáveis aos direitos do povo palestino de acordo com a Convenção sobre Genocídio”. Israel e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitam firmemente as acusações, chamando-as de “falsas”; o país, conforme anunciado nos últimos dias pelo presidente israelense Isaac Herzog, apresentará um caso de “autodefesa” para mostrar que está fazendo “o máximo em circunstâncias extremamente complicadas” para evitar vítimas civis em Gaza.
Com informações de Roberta Barbi.
Fonte: Vatican News