Meditações sobre o sangue de Jesus segundo Santa Catarina de Sena.
Catarina de Sena com ajuda de seus auxiliares escreveu mais de 300 cartas. Para bispos, papa, fiéis, governantes e familiares, em muitas cartas Catarina faz menções ao sangue de Jesus. Vamos percorrer algumas cartas onde acontece essas citações.
A carta de número 25 que tem como título, “O sangue de Cristo e nossas dores” Santa Catarina de Sena escreve a um parente seu que era religioso, Frei Tomás Della Fonte, este foi seu primeiro confessor.
Nesta carta o desejo da santa é de vê-lo Banhado no sangue de Cristo crucificado. Por que banhado? Porque do banho se espera uma limpeza profunda, diferente do ato de só lavar as mãos.
Quem nunca tomou um banho e saiu descansado? O banho revigora as forças. Banhar-se no Sangue de Cristo é colocar-se embaixo da Cruz, a seus pés e ser alcançado pela graça que nos devolve a vida, a identidade de filhos e a misericórdia.
Aos pés da Cruz somos tocados por esse sangue precioso que é emitido desse grandioso aspersório que é o seu Sagrado Coração, que nos alcança com a vontade do Pai, para que tenhamos vida e vida em abundância (Jo 10, 10)
De fato caríssimo leitor, a nossa vida está escondida com Cristo, em Deus (Cl 3, 3). Dele emana vida em forma de sangue pois somente assim nossa natureza humana pode absorver.
“Forte torna-se a alma, quando o sangue de Cristo a ilumina e ela entende que Deus a criou para a vida eterna e para o louvor do Seu nome.” (Catarina de Sena)
É o sangue de Cristo que nos perpetua e nos garante a eternidade, este sangue nos foi entregue numa fornalha de amor a fim de que o projeto Divino para o qual fomos criados pudesse se concretizar, é por isso que; aquele que acolhe o sangue de Cristo nunca se esfria porque o recebe em forma de chama.
Ao banhar-se neste sangue, nos inebriamos e quando ébrios nossos sentimentos se desaparecem então diz Santa Catarina de Sena, “a alma inebriada pelo Sangue de Cristo, perde o domínio de si, perde seu amor sensível, perde o amor servil. Onde não há amor sensível, também não existe medo de castigos. A alma alegra-se nos sofrimentos; em nada mais quer gloriar-se, senão na cruz de Cristo” (Gl.6,14). A cruz passa a ser a glória da alma.”
Vejam o poder deste sangue! Ele não somente nos liberta dos nossos pecados e tendências, mas nos liberta de nós mesmos, expulsa o nosso egoísmo, o nosso amor-próprio, as nossas vaidades e todos os males e adversidades se tornam em atos de amor realizados na liberdade e na união das vontades.
Este Sangue redentor nos convida a um banho, a experimentarmos da embriaguez do Espírito e a sobretudo nos afogarmos, como diz a própria santa “afoguemo-nos no sangue de Cristo crucificado, para que toda amargura se torna suportável, que os grandes fardos se tornem leves, e que as tribulações se mudem em flores, em paz e tranquilidade.”
E que possamos permanecer no santo e doce amor de Deus, Jesus doce, Jesus amor.
Sangue de Cristo, salvai-nos!