“Porque, sois tão medrosos? Ainda, não tendes fé? “.

12º Domingo do Tempo Comum, 23/06/24. Mc 4,35-41. 

Texto iluminador:” porque, sois tão medrosos? Ainda, não tendes fé? “. Eles sentiam grande temor e comentavam uns com os outros: “quem é este, a quem obedecem até o vento e o mar”? (Mc 4, 39-41) 

1 – “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem”? (Mc 4, 41). Esta é a pergunta que perpassa os séculos. A resposta é muito diferente: para os cristãos é o Filho de Deus, Deus com o Pai e o Espírito Santo, para os ateus: nem existe. Outros, ainda hoje, continuam a manifestar suas dúvidas. Há, ainda, os que nem se preocupam, com isso. E nós? Cremos e correspondemos? Vamos à igreja e também ao encontro dos outros? Mormente, dos mais necessitados? De fato, não basta crer. Até os demônios podem consegui-lo… é preciso, portanto, qualificar nossa fé, com muitas e boas obras. (Tg 2, 17-19).  

2 – Na vida, continuam a existir tempestades, que intimidam os medrosos, que, por isso, continuam a gritar de medo. Parece-lhes que Ele (Jesus) continue dormindo, ou pouco se importando, com os problemas da humanidade. Mas, são os homens, que não entendem a Deus, pois, não o conhecem devidamente: sua grandeza, e infinitude não cabem em suas inteligências. Por isso, não há razão para desconfiar de Deus …deveríamos, isso sim, preocuparmo-nos, com nossos limites, e pouco interesse pela vida. Aliás, os verdadeiramente sábios, nunca duvidaram de Deus onipotente e amoroso. 

3 – Também, hoje, Jesus continua a perguntar-nos: “porque ainda não tendes fé “?. De fato, temos ouvidos e não ouvimos, olhos e não enxergamos e acabamos não percebendo bem, os sinais de Deus: Sua grandeza, leveza e beleza. 

Então, também, não captamos o som de sua orquestra, apresentando a afinação da Sua sinfonia inacabada. O problema das criaturas é ser insensíveis de coração, fracos no amor e desconfiados de Deus, porque, nem em si mesmos conseguem, confiar, devidamente. Então, continuam a acusar a Deus, de estar dormindo e a Cristo de estar distante… 

4 – Assim sendo, Adão continua sendo Adão, e Eva, Eva. Por isso, a “cobra” tentadora continua a fazer tanto sucesso, e o mundo sofrendo, com tanta tristeza e falta de sentido. Não tenho razão?


Autor: Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Fonte: CNBB