Existe maternidade perfeita?
Apesar de ser uma experiência plena de sentido, quem é mãe sabe que essa não é uma tarefa fácil, ainda que nós – tendo filhos biológicos ou não – carreguemos no íntimo o potencial para ser mãe. Isso parece óbvio, mas precisa ser dito, porque muitas mulheres, movidas talvez por uma idealização, acham que, quando forem mães, tudo será perfeito, quando de fato não o é. Ou pelo menos não terá a nossa perfeição imaginada. As coisas precisarão ser construídas com paciência e, embora na gestação muitas mudanças já aconteçam, com os filhos nos braços, a mãe também vai ser formada, nutrida para crescer e se tornar aquela árvore frondosa que dará frutos e onde os filhos poderão se apoiar. Sendo assim, uma grande transformação que precisará acontecer é a da nossa ideia da mãe perfeita. Isso não quer dizer que devemos levar nossa missão com desleixo. Não! Isso apenas nos tira os pesos, as culpas e as estruturas engessadas que podem impedir que o Senhor nos forme nessa experiência, ou evitar um pedido de ajuda e busca de formação, ou ainda atrapalhar os aprendizados do dia a dia com os acontecimentos, erros e acertos. Põe-nos abertas a conhecer mais e aceitar nossos limites.
Outra grande transformação é a que chamo de mudança na vida prática. É importante aceitar que ela não será do mesmo jeito que antes e, a cada filho que nasce, novas alterações no ritmo de vida serão necessárias. Isso precisa ser visto e assumido com tranquilidade, mesmo que, no começo, haja dificuldades. Aqui é necessário um tempo de adaptação. O que deve ficar claro é que não há como fugir destas mudanças e, se as encaramos e se buscarmos com sabedoria esse ajuste, é possível viver a maternidade com mais tranquilidade e ser mais feliz do que antes, porque agora você realiza o grande dom que lhe foi dado.
Ser mãe é uma missão
Mais uma transformação importante é contar com a ajuda de Deus em tudo. Isso também parece óbvio, mas estou me referindo a coisas muito concretas, do cotidiano, sobre as quais, às vezes, não queremos “ incomodar o Senhor”. Se acreditamos que ser mãe é uma missão, não podemos encará-la, longe de quem a confiou a nós, d’Aquele que nos inspira, nos corrige e auxilia nas ações. É preciso encarar a realidade de que não sabemos tudo e não temos o controle total da vida de nossos filhos, nem quando muito pequenos. Eles pertencem a Deus, e é Ele quem tem a melhor resposta para o que lhes acontece. A mãe que conta com a ajuda do Alto será feliz se escutar o Senhor e agir segundo Suas direções, já que há um plano de Deus na vida de cada um dos nossos filhos, o qual precisamos conhecer a fim de colaborar para que eles aconteçam.
No mais, podemos nos empenhar em estar bem conosco em todos os sentidos, conhecendo-nos com profundidade, trabalhando o que em nós precisa ser mudado, para que, livres em Deus, saibamos dar aos nossos filhos o melhor de nós. Assim, plenas, encaramos os desafios que a maternidade proporciona, ao mesmo tempo em que vamos preenchendo nossa alma. Desse modo, encontramos a felicidade na vocação de ser mãe, mesmo na cruz que carregamos ao longo da vida. Que a Virgem Maria nos ajude nesta caminhada!
Autora: Elane Gomes
Fonte: Canção Nova Formações