Isabel Flores de Oliva nasceu em Lima, no ano de 1586. Filha de Espanhóis que foram transferidos para o novo mundo na ocasião da colonização do Peru.
A criança recebeu o apelido de Rosa, de sua ama, que era de origem indígena, por sua incrível beleza aparente. Cresceu sendo chamada de Rosa sem conhecer o real motivo. Quando na adolescência descobriu o porquê era chamada assim, ficou constrangida e pediu para não mais ser referida daquela forma.
Desde pequena idade nutria um profundo amor e uma amizade pela Virgem Maria, que na ocasião, lhe apareceu, e abrindo-lhe um sorriso, disse que Ela e seu Filho, gostavam que a chamassem de Rosa. Então a jovem acolheu o pedido da Mãe de Deus, e acrescentou no codinome, ‘de Santa Maria’.
Desde muito cedo, por sua humildade e intimidade com Jesus e sua Mãe, a santa via seu anjo da guarda constantemente, tendo assim a certeza de que nunca estava sozinha. Sua família foi milionária por sua origem europeia, porém a falência financeira veio pela má administração dos negócios paternos. Então Rosa trabalhou arduamente como doméstica, cuidando da horta, flores e como bordadeira. E nas entregas de seus produtos e serviços a jovem aproveitava para evangelizar e exalar o amor que transbordava do seu coração.
Rosa conheceu a vida de Catarina de Sena por influência da origem de sua família, e a vida desta Santa lhe inspirou a forma de doar a sua por amor à Jesus e Maria, à Igreja e aos pobres. Aos vinte e três anos ingressou na Ordem Terceira dos Dominicanos, e trancou-se em uma cela de poucos metros quadrados construída no quintal da casa de seus pais. E de lá saía apenas para as suas missões de caridade.
Pode-se afirmar que Rosa aprendeu com a vida de sua irmã de Carisma, Catarina de Sena, a espiritualidade da cruz. Santa Rosa é considerada pela Igreja, santa de terceiro degrau. Nesta espiritualidade Catarina refere-se aos três degraus da cruz do Cristo, como a via de santificação ou caminho de perfeição. Sendo o crucifixo divido em três partes:
O primeiro degrau é do pé do crucificado, como a via dos iniciantes ou dos penitentes; via em que a alma luta para sair do pecado e busca trilhar os mesmos passos de Jesus.
O segundo degrau é do peito aberto do Cristo, como a via dos avançados ou via iluminativa; nesta via a alma é iluminada pela vida de Jesus e busca ser configurada em suas virtudes e ter os mesmos sentimentos do mestre.
Já no terceiro e último degrau é o da boca do Crucificado, como a via dos perfeitos ou via Unitiva; via está em que a alma busca se alimentar apenas da Vontade de Deus.
Rosa de Santa Maria se uniu ao Crucificado e viveu na sua carne a paixão, por suas intenções de amor e esperança.
Em 1617 morreu aos 31 anos em Lima. Foi a primeira Santa do continente a ser canonizada, no ano 1671. É a padroeira da América Latina, do Peru, das Índias e das Filipinas. E invocada como protetora dos floricultores e jardineiros.
Que a vida desta jovem santa nos inspire a também buscarmos em tudo fazer vontade de Deus aproveitando todas as oportunidades para amar.
Santa Rosa de Lima, rogai por nós!
Cristiane Marques
Missionária Comunidade Presença