Santidade é amar

Queridos irmãos, neste mês quero partilhar mais uma vez com vocês sobre a nossa vocação a Santidade, desta vez contanto com o auxílio da solenidade de todos os santos que celebramos no início deste mês.

Para muitos santidade é coisa para poucos, mas na verdade, esta é nossa vocação, é a vontade de Deus para todos nós. Alguns encontram dificuldade nesta vivencia, porque, julgam não conseguir vive-la, pensam que santidade são grandes ações, quando na verdade, ela acontece no cotidiano de nossa vida. Pensando assim vou partilhar algo que pode nos ajudar a compreender melhor nossa vivencia.

“O crescimento no amor faz com que sejamos santos” – Lumem Gentium capitulo V.

Se para ser santo é preciso crescer no amor, então, podemos definir que santidade é amar. O que vai nos santificar é o amor de Deus que também nos ajudará a viver esse amor para com todos.

Quantos de nós pensamos que para ser santo precisamos apenas parar de pecar. Sim! Precisamos parar de pecar, mas essa não é a regra para santidade, porque quando paramos de pecar ou evitamos o pecado nós estamos fazendo exatamente o que faz parte de nossa vida como batizados. Para melhor explicar, nós cumprimos um dever de cristão. Portanto santidade acontece quando eu faço algo não porque é minha obrigação, mas porque eu amo.

Parar de pecar me leva a salvação, amar me leva a santidade.

Uma vez ouvi uma explicação sobre essa diferença através do evangelho que relata sobre o Jovem Rico (Mateus 19,16-30). O jovem pergunta a Jesus o que tem que fazer para entrar no reino do céu e Jesus responde que ele deve guardar os mandamentos. O jovem então responde que isso ele já faz. Na sequência do diálogo Jesus diz que se ele quer ser perfeito deve vender tudo que tem e dar aos pobres. Neste momento o jovem sai pesaroso, pois, era possuidor de muitas riquezas.

O que significa isso então? Neste relato do evangelho Jesus olha para este jovem com amor, e ensina que para ser perfeito, ou seja, para ser santo precisa desapegar-se de tudo

que tem. Irmãos, cumprir os mandamentos é um dever para todos nós, fazer isso não é conquistar a santidade, é conquistar a salvação. Agora para viver o amor a Jesus eu preciso fazer o que não é obrigação. Às vezes cumprimos todos os nossos deveres, mas não fazemos mais do que nossa obrigação. Cumprir obrigação é sinal de respeito, amar é mais abrangente.  Amar é fazer na gratuidade o que não faz parte de minha rotina, de minha regra e da minha obrigação.

O que santifica é o que fazemos e não o que somos abrigados a fazer. A santidade é transformação na vida operada pela graça de Deus e me faz amar a Deus sobre todas as coisas. Uma pessoa que esta mergulhada neste amor a Deus é incapaz de pecar.

Agora então chego ao ponto de dizer que a melhor maneira que temos para compreender essa vocação divina é olhar para vida dos santos. Conhecer o que eles viveram, e de que maneira chegaram a santidade, somente assim eu e você vamos imitar os santos. A vida de um santo é iluminada pelo amor, um amor que não se vive por obrigação, mas por amor a Jesus. Assim cada santo descobriu a maneira de viver o amor, de viver o louvor a Deus em todas as circunstâncias, de perseverar mesmo nas controvérsias. Eles nos ensinam com a vida, o compromisso, o sacrifício e principalmente o amor.

Que tal fazermos um propósito? Viver o amor!

Que todos os santos e santas de Deus rogue por nós!

 

Lucimar Maziero

Fundadora da Comunidade Católica Presença