Por sua nova profissão, tornou-se amigo de Nosso Senhor, e pela proximidade com o Filho de Deus, testemunhou vários milagres, prodígios e portentos, como a cura da sogra de Pedro, a Transfiguração de Jesus no Monte Tabor, a ressurreição da filha de Jairo e a agonia de seu Mestre no Horto das Oliveiras.

Por estes fatos testemunhados pelo próprio apóstolo, percebemos que sua fé, seu amor e sua coragem robusteceram a tal ponto, de ser capaz de entregar a sua vida pelo Evangelho.

Após a Ressurreição de Jesus, foi enviado a evangelizar uma das regiões mais remotas da época, conhecida como a Península Ibérica (a Espanha, Portugal, o principado de Andorra e Gibraltar, um território ultramarino do Reino Unido). Esteve nesta missão cerca de sete anos, levando a Palavra de Cristo para aqueles povos. Depois retornou a Jerusalém, onde morreu a fio de espada, a mando do imperador Herodes, na festa da Páscoa, como relata o livro do Atos dos Apóstolos.

Na Liturgia de hoje nos deparamos com leituras que nos remetem ao exemplo deste mártir. Na primeira leitura, São Paulo relata sobre a missão evangelizadora de todos os cristãos batizados, mas em especial dos primeiros apóstolos da nossa Igreja: “Irmãos, trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós. Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; por toda a parte e sempre levamos em nós mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos”. Ao tomarmos contato com essa Palavra, o Autor Sagrado quer atualizar em nós o chamado a sermos apóstolos da Igreja, pois também trazemos em nossos corações, o Evangelho, a Vida de Cristo, e por causa dela somos afligidos de todos os lados, mas caros irmãos, não somos vencidos, porque cremos no Deus que é maior que todo sofrimento que nos aflige; cremos no Deus que foi capaz de dar a vida por nós, que derrama sobre nós suas incessantes graças, que nos deixou uma herança eterna de salvação.

Por isso, coragem! Seja forte! Não desanime, pois os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria, como nos exorta o Salmista.

Após o martírio glorioso de São Tiago Maior, seu corpo foi transladado para a Espanha e colocado em um túmulo de mármore, e ali foi venerado até o século III. Com as invasões dos Bárbaros no Século IV, seguidas pelas dos Árabes no século VIII, os habitantes não tiveram mais o paradeiro do sepulcro do apóstolo.

Segundo a tradição, entre os anos 820-831 foi encontrado um sepulcro de mármore nas proximidades do monte Liberon, na cidade espanhola de Iria. Após o surgimento de uma misteriosa estrela acima de um campo, por várias noites consecutivas, onde um ermitão convencido do fato ser um fenômeno sobrenatural, chamou o bispo da época para averiguar tamanho milagre, e descobriram no local um sepulcro, com as escrita: “Aqui jaz Jacobus, filho de Zebedeu e de Salomé”. O local ficou conhecido pelo nome de ‘Campo da Estrela’, e mais tarde deu origem a cidade de Santiago de Compostela. No ano de 1075 iniciou-se a construção da Basílica dedicada São Tiago, desde então muito visitada por peregrinos do mundo inteiro.

Que este grande santo, padroeiro dos peregrinos, interceda por nós para que possamos nesta peregrinação terrestre chegarmos todos a morada eterna.

São Tiago Maior, rogai por nós!

Lisa Santana – CCP