Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! As celebrações litúrgicas no mês de maio nos motivam a viver como peregrinos neste mundo, sob o olhar e a ternura materna da Virgem Maria, a mãe de Jesus e nossa. Lembrada e invocada pelo nosso querido povo de Deus com tantos títulos, que recordam ternura, proximidade, amor e esperança. Segundo as Sagradas Escrituras, ela e sua família passaram por muitas provações e momentos difíceis, em que a dor tocou e feriu o seu coração de mãe, mas não silenciou a voz do amor, não matou a ternura, nem tirou a sua disponibilidade para amar e servir o Senhor, como discípula e missionária da paz e da esperança.
A presença da mulher sempre esteve no projeto de amor de Deus, e a sua participação na missão e na vida da Igreja ajudou a tornar mais visível o amor de Deus, Pai misericordioso, e sua ternura divina e humana na vida das pessoas, em tantas realidades de abandono, de violência e de dor, muitas vezes ignoradas ou desconhecidas por muitos de nós.
Tendo presente o seu significado na vida do povo de Deus que, em meio a tantas provações, peregrina para a casa do Pai, não podemos deixar de lembrar, no mês de maio, mês das mães, a figura materna da Virgem Maria. Seria uma omissão de nossa parte, como Igreja, comunidade de fé, vivermos este mês sem manifestar gratidão a Deus pela presença materna de Maria no seu projeto de amor, na nossa vida pessoal e na vida da Igreja. Ela foi mãe, servidora e fiel discípula de Jesus. Por isso, é um tempo propício também para refletirmos e reconhecermos “a dignidade da mulher e a sua indispensável contribuição na Igreja e na sociedade, ampliando sua presença, especialmente na formação e nos espaços decisórios”, como nos lembra o documento 105 da CNBB.
Na sua exortação apostólica Gaudete et Exsultate, o Papa Francisco nos lembra que Maria “viveu como ninguém as bem-aventuranças de Jesus. É aquela que estremecia de júbilo na presença de Deus, aquela que conservava tudo no seu coração e se deixou atravessar pela espada… Ela nos mostra o caminho da santidade e nos acompanha. E, quando caímos, não aceita nos deixar prostrados por terra; às vezes nos leva nos braços, sem nos julgar”. Ela sabe que o amor é o melhor remédio para curar as feridas do coração, que nos afastam de Deus e dos irmãos e irmãs, na família e na comunidade.