Somente o Batismo na Igreja Católica é valido?

O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais Sacramentos. Através do Batismo, somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, nos tornando assim, membros de Cristo incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão.

Quando recebemos o Sacramento do Batismo, saímos da condição de criaturas para Filhos Amados de Deus.

Muitos pensam que os sacramentos em geral são obras eclesiásticas, ou seja, os sacramentos são “invenções” da Igreja. Isso não é verdade: os sacramentos são, sem sombra de dúvidas, criados por Jesus Cristo, o próprio Deus Encarnado.

Mas muitos se perguntam a respeito da validade que a Igreja Católica dá para batismos realizados em outras Igrejas Cristãs, até pela iniciativa de sempre promover a Unidade dos Cristãos pelo ecumenismo, o esforço conjunto de diferentes igrejas e comunidades cristãs para caminhar em direção à unidade visível, e promover a colaboração na missão comum de testemunhar o Evangelho.

O Concílio Vaticano II (1962-1965) foi um marco significativo para o movimento ecumênico. Através de seus documentos, a Igreja Católica expressou seu compromisso com o diálogo e a colaboração ecumênica.

Além disso, afirmou que:

Dentre os elementos ou bens com que, tomados em conjunto, a própria Igreja é edificada e vivificada, alguns e até muitos e muito importantes podem existir fora do âmbito da Igreja católica: a Palavra de Deus escrita, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade e outros dons interiores do Espírito Santo e elementos visíveis” (Decreto sobre o Ecumenismo ‘Unitatis Redintegratio’, de 1964).

No Código de Direito Canônico, na nota de rodapé do Cânon 869 é descrito que “diversas Igrejas batizam, sem dúvida, validamente; por esta razão, um cristão batizado numa delas não pode ser normalmente rebatizado, nem sequer sob condição”. 

Na lista a seguir estão as Igrejas Cristãs, nas quais o seu batismo é reconhecido pela Igreja Católica:

  • Igrejas Orientais (“Ortodoxas”, que não estão em comunhão plena com a Igreja católico-romana, das quais, pelo menos, seis se encontram presentes no Brasil);
  • Igreja Vétero-católica (conhecidos como Velhos-Católicos, que não aceitaram a definição da infalibilidade do Papa em matéria de fé e de Moral, defini­ção proferida pelo Concílio do Vaticano I, de 1870);
  • Igreja Episcopal do Brasil (Anglicanos, que realizaram o movimento reformador com início na Inglaterra, a partir da separação com Roma, vinda da ambição pessoal do Rei Henrique VIII)
  • Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) (doutrina protestante, uma vertente do Cristianismo pregada por Martinho Lutero, que acredita que a salvação das pessoas consiste na sua fé, surgida no contexto das reformas protestantes ocorridas na Europa a partir do século XVI).
  • Igreja Metodista (formada em torno de 1700, como um rompimento da Igreja Anglicana e, como outros segmentos protestantes. Usam o velho e o novo testamentos da Bíblia como fonte de escritura)
  • O batismo nestas Igrejas listadas se realizado com águas e na mesma fé, utilizando a fórmula trinitária, é aceito pela Igreja Católica.

    Por razões teológicas, ou pelo sentido que dão ao sacramento, a Igreja Católica não valida o batismo se for realizado em algumas Igrejas (Pentecostais, Brasileiras, Mórmons, Testemunhas de Jeová e Ciência Cristã).

    Padre Carlinhos Melo, da Arquidiocese de Aparecida, confirma que existem igrejas cristãs cujos batismos são válidos na Igreja Católica, pois atendem aos requisitos do batismo católico. “Dessa forma, as pessoas adultas de outras denominações cristãs cujo batismo é válido, e que desejam ser admitidas na Igreja Católica, devem fazer apenas a profissão de fé católica, podendo ser em uma Celebração Eucarística bem solene e com a participação da comunidade para acolhê-la”, sugere.

    O batizado é símbolo espiritual que o torna para sempre marcado por Deus. Lembrando dessa graça e tomando consciência, é gerado um impulso a viver como filhos no segmento de Jesus, sustentados e guiados pelo Espírito Santo, em comunhão fraterna da Igreja.

Autor: Alberto Andrade

Fonte: A12