A liturgia deste terceiro domingo da Quaresma nos faz um forte apelo à conversão e à misericórdia de Deus. A Quaresma é um tempo de renovação interior, um chamado para que deixemos de lado o que nos afasta do Senhor e produzamos frutos de uma vida nova.
Na primeira leitura (Êx 3,1-8a.13-15), vemos o episódio da sarça ardente, onde Deus se manifesta a Moisés e revela Seu nome: “Eu sou aquele que sou”. Este é um dos momentos mais importantes da história da salvação, pois Deus se mostra como um Deus próximo, que escuta o clamor do povo e age para libertá-lo da escravidão.
Deus continua a se revelar a nós hoje. Ele nos chama pelo nome e deseja nos libertar de nossas próprias escravidões: o pecado, o desânimo, a falta de fé. Assim como chamou Moisés para libertar o povo, Deus nos convida a sermos instrumentos de libertação em nosso tempo, ajudando aqueles que sofrem e trazendo esperança ao mundo.
No Evangelho (Lc 13,1-9), Jesus nos ensina que todos precisamos de conversão. Ele fala sobre dois acontecimentos trágicos de sua época – a morte de galileus por ordem de Pilatos e a queda de uma torre que matou várias pessoas. Muitos pensavam que essas mortes eram castigos divinos, mas Jesus corrige essa ideia: a tragédia não é um castigo, mas um alerta.
Jesus então diz claramente: “Se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo” (Lc 13,5). Isso não significa que Deus nos pune, mas que precisamos aproveitar o tempo que temos para mudar de vida.
Ele completa com a parábola da figueira estéril, que simboliza cada um de nós. O dono da vinha quer cortá-la porque não dá frutos, mas o agricultor pede mais tempo para cuidar dela e tentar fazê-la produzir. Esse agricultor representa a paciência e a misericórdia de Deus, que nos dá oportunidades para nos arrependermos e vivermos segundo sua vontade.
São Paulo, na segunda leitura (1Cor 10,1-6.10-12), nos lembra que o povo de Israel, apesar de ter experimentado a graça de Deus no deserto, caiu na infidelidade. Isso é um alerta para nós: não basta dizer que somos cristãos, é preciso viver como cristãos.
Muitas vezes adiamos nossa conversão, achando que sempre haverá tempo. Mas o Evangelho nos lembra que a vida é breve e que precisamos dar frutos hoje, não amanhã.
Queridos irmãos e irmãs, este tempo quaresmal é um presente de Deus para que renovemos nosso coração. Se ainda não produzimos frutos, o Senhor nos dá mais uma chance.
Que possamos responder a esse chamado com humildade e decisão, confiando na misericórdia de Deus, mas sem abusar de Sua paciência. Que nossa vida seja como uma figueira que dá bons frutos de amor, justiça e perdão.
Peçamos a intercessão da Virgem Maria, para que nos ajude a acolher a graça da conversão e viver cada dia mais perto do Senhor.
Amém!