Uma bondosa Alma!

Beata Nhá Chica, a Santinha de Baependi

Sabe aquelas almas bondosa que espalha a presença de Deus por onde passa, assim foi Francisca de Paula de Jesus, a quem o povo chamava carinhosamente de Nhá Chica. Nascida na fazenda Porteira dos Vilella, no povoado de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno em 1808, sendo batizada em 26 de abril de 1810, foi educada desde pequena nos ensinamentos da igreja católica principalmente pela sua mãe Izabel Maria da Silva, que tinha também mais dois filhos, Theotônio e Maria Joaquina. Izabel ensinou aos filhos a entoarem ladainhas, a reza do Rosário, a importância da santa missa e a valorizar a vida de recolhimento e oração. Ainda enquanto os filhos eram crianças, Izabel Maria resolveu mudar-se para o município de Baependi, levando-os com ela, e lá Francisca de Paula de Jesus passou a viver até a sua morte e ida para o céu, no dia 14 de junho de 1895.

Nhá Chica tinha uma santidade simples, pura e profunda, nutria um carinho especial a Imaculada Conceição e era devota a Divina Misericórdia, guardava a hora da agonia e as sextas-feiras, recolhia se em oração e não sai de casa nem recebia visitas. Ela tinha uma relação de proximidade e intimidade com  Nossa Senhora, a quem ela chamava carinhosamente de ”Sinhá”, sua proximidade com Nossa Senhora fez dela uma santa ainda em vida, era uma pessoa muito caridosa, sempre tinha um prato de comida a quem a ela recorria, que além do alimento para o corpo também alimentava a alma, pois além do alimento ela sempre tinha um ensinamento de fé, ela era muito procurada não só pelos mais pobres e necessitados, recebia também em sua humilde moradia, pessoas da alta sociedade, que geralmente a procurava, para um conselho, uma oração ou até  mesmo ajudar a tomar alguma decisão nos negócios, recebia a todos do mesmo modo, sem fazer distinção. Ela tinha o dom da clarividência, mas sempre deixou claro que tudo que ela sabia era obra do Espírito Santo e quando era questionada, ou mesmo quando a veneravam como “santa”, ela, humildemente, respondia que, ao rezar com Fé, recebia as respostas da própria Virgem Maria: ” Eu repito o que me diz Nossa Senhora e nada mais”, deixando todos cientes de que os méritos não eram dela, mas sim de sua Sinhá.

A pedido de Nossa Senhora, Nhá Chica construiu uma igreja dedicada a Imaculada Conceição, que foi construída no terreno desmembrado de sua própria casa, alguns anos após sua morte, esta igreja foi demolida e no local foi construída uma maior, hoje conhecido como Santuário da Imaculada Conceição da Beata Nhá Chica, onde todos os dias recebem muitos devotos. Para dar continuidade a obra existe anexo ao Santuário um Instituto chamado Nhá Chica, dirigido pelas Irmãs Franciscanas do Senhor, que atendem várias crianças, com o intuito de oferecer o acompanhamento educacional, religioso e psicológicos destas crianças, estendendo o atendimento também para as famílias destas crianças.

Nhá Chica foi beatificada em 04 de maio de 2013, após a promulgação do Decreto do Papa Bento XVI reconhecendo um milagre atribuído a sua intercessão, Ana Lúcia Meirelles Leite, professora de Caxambu, cidade vizinha a Baependi, recebeu a cura de um problema congênito no coração, sem a necessidade de cirurgia, após rezar e pedir a intercessão de Nhá Chica.

O grande ensinamento da Beata se resume nesta humilde frase deixada por ela:
“…é porque eu rezo com fé”, mostrando que grandes coisas podem ser conseguidas através da oração, da confiança e na proximidade com Deus. 

Oração: Deus nosso Pai, vós revelais as riquezas do vosso Reino aos pobres e simples. Assim agraciastes a Bem-Aventurada Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, com inúmeros dons: Fé profunda, Amor ao próximo e Grande Sabedoria. Amou a Igreja e manteve uma terna devoção à Imaculada Conceição. Por sua intercessão, concedei-nos a graça de que precisamos (pedir a graça). Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. ”


André Luís Fernandes Crupelati
Missionário Comunidade Católica Presença