Vocação: um desafio de amor!

Vocação: um desafio de amor!

Graça e paz! Bendito seja Deus que nos dá a oportunidade de partilhar vida e comunicar boas notícias. Neste mês, com toda alegria de quem vive uma vocação acertada, desejo falar um pouco sobre a graça de acolher o que é vontade de Deus.

Para viver a vontade de Deus preciso ter disponibilidade de acolher tudo que implica viver um chamado. Quando falamos em chamado de Deus, ou em descobrir o que Deus pensou para mim, estamos afirmando que toda vocação é um chamado Divino, que foi ouvido pelo homem. Portanto se tem chamado tem resposta. O chamado é Divino, mas a resposta é humana! Vale lembrar que todo chamado Divino supera nossa humanidade, ele é sempre forte, decisivo, transformador e nele tem uma missão.

A missão de um chamado, não esta apenas no que vai ser realizado, ela consiste em um dom. Isso mesmo, no exercício da missão exercemos um dom de Deus, que mais uma vez coloca a pessoa que recebe o chamado numa atitude de entrega e doação. A entrega não é forçada, é livre! A doação não é imposição, é expressão de amor! O dom é graça que me auxilia fazendo da minha vida um instrumento para esse chamado.

Isso é desafiador! Porque não tem como dar o que não tenho. Entregar o que não recebi. Tampouco ser dom, sem viver como um dom de Deus. Evidente, que diante disso estão nossas limitações, fraquezas e necessidades, mas também esta a graça de Deus que nos conduz a conhecer-se, e colocar a vida a serviço do amor. Por isso falamos que vocação é um desafio de amor.

Quem tem uma experiência pessoal com Deus não tem como se acomodar, quem ouve a sua voz e a reconhece é movido a dar uma resposta de amor por amor. Para responder a Deus, somos colocados diante de situações que nos levam a fazer escolhas. Aqui gosto sempre de lembrar de uma frase que na minha juventude ouvi do Monsenhor Jonas Abib: Toda decisão tem renuncia! Às vezes, ao ouvir que tem renuncia a pessoa fica parada diante de uma tomada de decisão, pois se preocupa com o que vai renunciar, ou o que precisa deixar. Ai entra nossos apegos, ilusões, medos, incertezas e inseguranças. Mas veja bem, se toda escolha tem renuncia, até para estar lendo este texto você renunciou outro tipo de leitura neste momento. Então, quando uma pessoa decide seguir a vida religiosa ela renuncia ao matrimônio. Olhando desta forma, damos passo para entender que esta renuncia é por amor. Vale ressaltar que nas escolhas e decisões também encontraremos conflitos, principalmente quando você é movida a uma decisão que é contrária àquilo que você pensou ou foi condicionado ao que foi construído para você. Além do conflito também podemos passar por frustrações, pois, sempre que algo não acontece conforme pensei ou planejei sou visitado por uma frustração. Mas quando a decisão é realizada em Deus, nem conflitos, frustrações ou medo nos levam a desistir.

Sinto que ainda podemos pensar em outro aspecto de uma vocação. Aqui na Comunidade Presença sempre falei que vocação acertada é vida feliz. Com o tempo eu completei a frase, “vocação acertada é vida feliz, mas não sem cruz!” E porque completei a frase? Conforme vamos vivendo a nossa vocação, também somos provados, e em muitas situações sentimos o sofrimento.

Posso afirmar que vocação é viver um sacrifício de amor, para tentar compreender o sacrifico eu posso olhar para vida de Jesus que viveu amando, mas não deixou de sofrer. O que aprendi neste sentido: quando sofremos, mas não encontramos sentido naquele sofrimento, isso pode nos levar ao desespero. Porém, quando sofremos e encontramos sentido neste sofrimento, descobrimos o sacrifício. É uma grande descoberta, um Sacrifício de amor. Não é tão simples assim tentar entender isso, pois o sofrimento é mistério Divino.

Encerro dizendo que o maior desafio de amor se encontra com a alegria no toque de Jesus em nossa vida e através de nós outros irmãos pode receber esse toque de amor.

Abraço fraterno a todos vocês que tem colaborado com esta obra nos ajudando na evangelização e na formação dos missionários.

Lucimar Maziero

Fundadora da Comunidade Católica Presença