Santo Agostinho lançou um apelo que, muitos séculos depois, manteve intacta a sua relevância: “In te ipsum redi. In interiore homine habitat veritas”[1]: “Retorne a si mesmo. A verdade habita no homem interior”. Em um discurso ao povo, com insistência ainda maior, ele exorta:
“Entrai de novo em vosso coração! Onde quereis ir para longe de vós? Ao ir longe, vos perdereis. Por que vos dirigis a estradas desertas? Retornai do vosso deambular que vos levastes para fora da estrada; voltai para o Senhor. Ele está pronto. Em primeiro lugar, retornai ao vosso coração, vós que vos tornastes estranhos a vós mesmos, vagando lá fora: não vos conheceis a vós mesmos, e procurais aquele que vos criou! Voltai, retornai ao coração, desprendei-vos do vosso corpo… Retornai ao coração: ali examinai o que se pode perceber de Deus, porque ali se encontra a imagem de Deus; na interioridade do homem mora Cristo, na vossa interioridade vos renovais segundo a imagem de Deus”[2].
Continuando o comentário iniciado no Advento sobre o versículo do Salmo “A minha alma tem sede do Deus vivo”, refletimos sobre o “lugar” onde cada um de nós entra em contato com o Deus vivo. No sentido universal e sacramental este “lugar” é a Igreja, mas no sentido pessoal e existencial é o nosso coração, o que a Escritura chama “o homem interior”, “o homem escondido no coração”[3]. Esta escolha é impulsionada também pelo tempo litúrgico em que nos encontramos. Jesus nestes quarenta dias está no deserto, e é aí que devemos chegar até ele. Nem todos podem ir para um deserto exterior; mas todos podemos nos refugiar no deserto interior que é o nosso coração. “Cristo habita na interioridade do homem”, disse-nos Agostinho.
Se quisermos uma imagem plástica ou um símbolo que nos ajude a realizar esta conversão interior, o Evangelho oferece-nos com o episódio de Zaqueu. Zaqueu é o homem que quer conhecer Jesus e, para isso, sai de casa, entra na multidão, sobe a uma árvore… Procura-o fora. Mas, eis que, quando Jesus passou, viu-o e disse-lhe: “Zaqueu, desce imediatamente, porque hoje tenho de entrar em tua casa” (Lc 19, 5). Jesus traz Zaqueu de volta à sua casa e ali, no segredo, sem testemunhas, acontece o milagre: Ele conhece verdadeiramente quem é Jesus e encontra a salvação.
Nós nos parecemos muito com Zaqueu. Procuramos Jesus e o procuramos fora, nas ruas, na multidão. E é o próprio Jesus quem nos convida a voltar à nossa casa em nossos corações, onde Ele deseja encontrar-se conosco.
Interioridade, um valor em crise
A interioridade é um valor em crise. A “vida interior” que antes era quase sinônimo de vida espiritual, agora tende a ser vista com desconfiança. Há dicionários de espiritualidade que omitem completamente as vozes “interioridade” e “recolhimento” e outros que as trazem, mas não sem expressar algumas reservas. Por exemplo, nota-se que, afinal, não há nenhum termo bíblico que corresponda exatamente a estas palavras; que poderia ter havido, neste ponto, uma influência decisiva da filosofia platônica; que poderia favorecer o subjetivismo e assim por diante.
Um sintoma revelador deste declínio do gosto e da estima pela interioridade é o destino da Imitação de Cristo, que é uma espécie de manual para a introdução à vida interior. De livro mais amado entre os cristãos, depois da Bíblia, ele passou, em poucas décadas, a ser um livro esquecido.
Algumas das causas desta crise são antigas e inerentes à nossa própria natureza. A nossa “composição”, isto é, o nosso ser feito de carne e espírito, nos faz como um plano inclinado, mas inclinado para o exterior, o visível e o múltiplo. Assim como o universo, após a explosão inicial (o famoso Big Bang), também nós estamos em fase de expansão e de afastamento do centro. “O olho não para de olhar, nem o ouvido se cansa de ouvir”, diz as Escrituras (Ec 1, 8). Estamos perpetuamente “saindo” por aquelas cinco portas ou janelas que são nossos sentidos.
Outras causas são mais específicas e atuais. Uma delas é a emergência do “social” que é certamente um valor positivo do nosso tempo, mas que, se não for reequilibrado, pode acentuar a projeção ao exterior e a despersonalização do homem. Na cultura secularizada e leiga dos nossos tempos o papel que desempenhava a interioridade cristã foi assumido pela psicologia e pela psicanálise, que, no entanto, se detêm no inconsciente do homem e, em todo caso, na sua subjetividade, independentemente da sua íntima ligação com Deus.
No campo eclesial, a afirmação, com o Concílio, da ideia de uma “Igreja para o mundo” fez com que o antigo ideal de fugir do mundo fosse por vezes substituído pelo ideal de fugir para omundo. O abandono da interioridade e a projeção para o exterior é um aspecto – e entre os mais perigosos – do fenômeno do secularismo. Houve até mesmo uma tentativa de justificar teologicamente esta nova orientação que tomou o nome de teologia da morte de Deus, ou da cidade secular. Deus – se fala – deu-nos, ele próprio, um exemplo. Encarnando-se, esvaziou-se, saiu de si mesmo, da interioridade trinitária, “mundanizou-se”, isto é, dispersou-se no profano. Tornou-se um Deus “fora de si mesmo”.
A interioridade na Bíblia
Como sempre, no cristianismo, a crise de um valor tradicional deve ser respondida realizando uma recapitulação, isto é, retomando as coisas ao seu início para levá-las a uma nova realização. Em outras palavras, trata-se de partir novamente da palavra de Deus e, à sua luz, de redescobrir, na própria Tradição, o elemento vital e perene, libertando-o dos elementos caducos com os quais se revestiu ao longo dos séculos. Foi isto que o Concílio Vaticano II seguiu como método em todo o seu trabalho. Como na natureza, na primavera, a árvore é podada dos ramos da estação anterior para possibilitar uma nova floração do tronco, assim também nós devemos fazer na vida da Igreja.
Já os profetas de Israel haviam lutado para deslocar o interesse do povo das práticas exteriores de culto e do ritualismo para a interioridade da relação com Deus. “Este povo – lemos em Isaías – vem a mim apenas com palavras e honra-me com os lábios, enquanto o seu coração está longe de mim e o culto que me prestam é uma enxurrada de costumes humanos” (Is 29, 13). A razão é que “o homem olha para as aparências, mas Deus examina o coração” (1 Sam 16,7). “Rasgai o vosso coração, não as vossas vestes, lemos noutro profeta” (Gl 2, 13).
É o tipo de reforma religiosa que Jesus assumiu e fez frutificar. Alguém que examine a obra de Jesus e as suas palavras, fora de preocupações dogmáticas, do ponto de vista da história das religiões, observa antes de tudo uma coisa: que ele quis renovar a religiosidade judaica, muitas vezes acabada nas águas rasas do ritualismo e do legalismo, recolocando no centro dela uma relação íntima e vivida com Deus. Ele não se cansa de se referir àquela esfera “secreta “, o “coração”, onde se faz o verdadeiro contato com Deus e com a sua vontade viva e da qual depende o valor de cada ação (cf. Mt 15, 10 ss.). O chamado à interioridade encontra a sua motivação bíblica mais profunda e objetiva na doutrina da inabitação de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, na alma do batizado[4].
Com o passar do tempo, na visão bíblica da interioridade cristã, algo ficou obscuro, contribuindo para a crise de que falei acima. Em certas correntes espirituais, como em alguns místicos do Reno, o caráter objetivo desta interioridade havia sido obscurecido. Eles insistem em um retorno ao “fundo da alma” através do que eles chamam de “introversão”. Mas nem sempre fica claro se este “fundo da alma” pertence à realidade de Deus ou à do eu, ou, pior ainda, se ambos estão, ao mesmo tempo, panteisticamente fundidos.
Nos últimos séculos, o aspecto do método tinha acabado por prevalecer sobre o conteúdo da interioridade cristã, por vezes reduzindo-a a uma espécie de técnica de concentração e de meditação, mais do que ao encontro com Cristo vivo no coração, embora não tenham faltado em nenhuma época realizações esplêndidas da interioridade cristã. A Beata Isabel da Trindade está na linha da mais pura interioridade objetiva, quando escreve: “Encontrei o céu na terra, porque o céu é Deus e Deus está no meu coração”.
Retorno à interioridade
Mas voltemos ao presente. Por que é urgente voltar a falar de interioridade e redescobrir o seu sabor? Vivemos numa civilização toda projetada para o exterior. O que se observa no âmbito físico ocorre no âmbito espiritual. O homem envia suas sondas para a periferia do sistema solar, fotografa o que está em planetas distantes, mas ignora o que se agita a poucos milhares de metros abaixo da crosta terrestre e, portanto, não consegue prever terremotos e erupções vulcânicas. Também sabemos, agora em tempo real, o que acontece no outro extremo do mundo, mas ignoramos o que se agita no fundo do nosso coração. Vivemos como numa centrifugadora em ação a toda a velocidade.
Fugir, isto é, sair, é uma espécie de palavra de ordem. Existe até uma literatura de escapismo, espetáculos de evasão. A evasão está, por assim dizer, institucionalizada. O silêncio assusta. Não se consegue viver, trabalhar, estudar sem voz ou música por perto. Há uma espécie de horror vacui, de medo do vazio, que nos leva a ficar atordoados.
Tive a oportunidade de pisar uma vez numa discoteca, convidado para conversar com os jovens ali reunidos. Bastou-me para ter uma ideia do que reina ali: a orgia do barulho, o ruído ensurdecedor como droga. Na saída da discoteca foram feitas pesquisas entre os jovens e à pergunta: “Por que vocês se reúnem neste lugar?”, responderam alguns: “Para não pensar!”. Mas é fácil imaginar a que manipulações estão expostos os jovens que desistiram de pensar.
“Que sejam sobrecarregados de trabalhos; ocupem-se eles de suas tarefas e não deem ouvidos às palavras de Moisés!” foi a ordem do Faraó do Egito (cf. Ex 5, 9). A ordem tácita, mas não menos peremptória, dos faraós modernos é: “Sobrecarreguem de barulho estes jovens, que fiquem atordoados, para que não pensem, não façam escolhas livres, mas sigam a moda que nos convém, comprem o que dizemos, pensem como queremos!”. Para um setor muito influente da nossa sociedade, o do entretenimento e da publicidade, os indivíduos contam apenas como “espectadores”, números que aumentam a “audiência” dos programas.
Temos de nos opor a este esvaziamento com um “não” resoluto. Os jovens são também os mais generosos e dispostos a rebelar-se contra a escravidão e, de fato, há fileiras de jovens que reagem a este assalto e, em vez de fugir, procuram lugares e tempos de silêncio e de contemplação para encontrarem de vez em quando a si próprios e, em si, a Deus. São muitos, mesmo que ninguém fale deles. Alguns fundaram casas de oração e de contínua adoração eucarística e, através da Rede, dão a muitos a possibilidade de se unirem a eles.
A interioridade é o caminho para uma vida autêntica. Hoje fala-se muito de autenticidade e se faz dela o critério de sucesso ou fracasso da vida. Talvez o filósofo mais famoso do século passado, Martin Heidegger, tenha colocado este conceito no centro do seu sistema. Para o cristão, a verdadeira autenticidade só pode ser alcançada vivendo o “coram Deo”, na presença de Deus.
Um vaqueiro – escreve Kierkegaard – que, se possível, é um “eu” diante das vacas, é um “eu” muito baixo; um soberano que é um “eu” diante de seus servos, o mesmo. Nenhum deles é um “eu”; em ambos os casos falta a medida… Mas que realidade infinita o “eu” não adquire, adquirindo consciência de existir diante de Deus, tornando-se um eu humano, cuja medida é Deus! […] Fala-se tanto de vidas desperdiçadas. Mas desperdiçada é apenas a vida daquele homem que nunca percebeu, porque nunca teve, no sentido mais profundo, a impressão de que existe um Deus e que ele, precisamente ele, o seu eu, está diante deste Deus”[5].
O Evangelho nos conta a história de um desses “vaqueiros”. Havia fugido da casa paterna e dissipado os seus bens e a sua juventude, vivendo dissolutamente. Mas um dia “voltou a si mesmo”. Reexaminou a sua vida, preparou as palavras a dizer e partiu a caminho da casa de seu pai (cf. Lc 15, 17). A sua conversão ocorreu neste momento, antes de se mudar, enquanto estava sozinho no meio de uma manada de porcos. Aconteceu no momento em que “reentrou em si mesmo”. Depois disso, não fez nada além de executar o que tinha decidido. A conversão externa foi precedida da conversão interna e recebeu o seu valor da mesma. Quanta fecundidade nesse “retornar a si mesmo!”.
Não são apenas os jovens que estão sobrecarregados com a onda de exterioridade. O mesmo acontece com as pessoas mais comprometidas e ativas da Igreja. Até os religiosos! Dissipação é o nome da doença mortal que nos mina a todos. Acaba-se por ser como um vestido de cabeça para baixo, com a alma exposta aos quatro ventos. Em um discurso proferido aos superiores de uma ordem religiosa contemplativa, São Paulo VI disse:
“Hoje estamos em um mundo que parece estar lutando com uma febre que se infiltra até no santuário e na solidão. O barulho e o ruído invadiram quase tudo. As pessoas já não conseguem se recolher. Nas garras de mil distrações, elas habitualmente dissipam as suas energias atrás das diferentes formas da cultura moderna. Jornais, revistas, livros invadem a intimidade das nossas casas e dos nossos corações. É mais difícil do que nunca encontrar a ocasião para aquele recolhimento em que a alma pode estar plenamente ocupada em Deus”.
Santa Teresa de Ávila escreveu uma obra intitulada O Castelo Interior, que é certamente um dos frutos mais maduros da doutrina cristã da interioridade. Mas há também, infelizmente, um “castelo exterior” e hoje vemos que é possível fechar-se também neste castelo. Trancados fora de casa, incapazes de entrar. Prisioneiros da exterioridade! Santo Agostinho descreve assim a sua vida antes da conversão:
“Estavas dentro de mim e eu fora e eu te procurava aqui em baixo, me jogando deformado, sobre essas formas de beleza que são as suas criaturas. Tu estavas comigo, mas eu não estava contigo. Mantinham-me afastado de ti aquelas criaturas que não existiram se não fosse porque as fizeste existir”[6].
Quantos de nós deveríamos repetir esta amarga confissão: “Estavas dentro de mim, mas eu estava fora!” Há quem sonhe com a solidão, mas só sonham com ela. Amam-na, desde que permaneça no sonho e nunca se traduza em realidade. Na realidade, fogem dela, têm medo dela. O desaparecimento do silêncio é um sintoma grave. Foram removidos, quase que totalmente, aqueles típicos cartazes que em todos os corredores das casas religiosas intimavam em latim: Silentium! Creio que em muitos ambientes religiosos exista o dilema: Ou silêncio ou morte! Ou encontramos um clima e tempos de silêncio e interioridade ou é o esvaziamento espiritual progressivo e total. Jesus chama o inferno de “as trevas exteriores” (cf. Mt 8,12) e esta designação é muito significativa.
Não nos deixemos enganar pela objeção habitual: mas Deus se encontra fora, em nossos irmãos, nos pobres, na luta pela justiça; se encontra na Eucaristia que está fora de nós, na palavra de Deus… Tudo verdade. Mas onde é que tu realmente “encontras” o teu irmão e os pobres, se não no teu coração? Se só os encontras fora, não é um “eu”, uma pessoa que encontras, mas uma coisa; é mais um choque do que um encontro. Onde encontras o Jesus da Eucaristia senão na fé, isto é, dentro de ti? Um verdadeiro encontro entre pessoas só pode acontecer entre duas consciências, duas liberdades, isto é, entre duas interioridades.
É também errado pensar que a insistência na interioridade pode prejudicar o empenho ativo pelo Reino e pela justiça; pensar, em outras palavras, que afirmar o primado da intenção pode prejudicar a ação. A interioridade não se opõe à ação, mas a uma certa forma de agir. Longe de diminuir a importância de agir por Deus, a interioridade a fundamenta e a preserva.
O eremita e o seu eremitério
Se quisermos imitar o que Deus fez encarnando-se, imitemo-lo verdadeiramente até ao extremo. É verdade que ele se esvaziou, saiu de si mesmo, da interioridade da Trindade, para vir ao mundo. Mas sabemos como isso aconteceu: “O que era permaneceu, o que não era assumiu”, diz um antigo adágio sobre a Encarnação. Sem abandonar o seio do Pai, o Verbo veio entre nós. Nós também vamos em direção ao mundo, mas sem nunca nos abandonarmos completamente. “O homem interior – diz a Imitação de Cristo – recolhe-se espontaneamente porque nunca se dispersa completamente nas coisas exteriores. Ele não é prejudicado pela atividade externa e pelas ocupações necessárias, mas sabe se adaptar às circunstâncias”[7].
Mas procuremos também ver como fazer, concretamente, para redescobrir e preservar o hábito da interioridade. Moisés era um homem muito ativo. Mas nós lemos que ele fez construir uma tenda portátil e em cada estágio do êxodo armava a tenda fora do acampamento e regularmente entrava nela para consultar o Senhor. Ali, o Senhor falava com Moisés “face a face, como um homem fala ao outro” (Ex 33,11).
Isto nem sempre pode ser feito. Nem sempre é possível retirar-se a uma capela ou a um lugar solitário para reencontrar o contato com Deus. São Francisco de Assis sugere outra medida mais acessível. Ao enviar seus frades pelas ruas do mundo, dizia: “Temos um eremitério sempre conosco onde quer que vamos e quando quisermos podemos, como eremitas, voltar a esse eremitério. “O irmão corpo é o eremitério e a alma a eremita que vive dentro dele para rezar a Deus e meditar”[8]. É a mesma recomendação que Santa Catarina de Siena expressava com a imagem da “cela interior” que todos levam consigo e na qual é sempre possível retirar-se com o pensamento, para reconectar um contato vivo com a Verdade que vive em nós.
É a esta cela invisível, não delimitada por muros – escreve Santo Ambrósio – que Jesus nos convida com as palavras: “Quando orares, entra no teu quarto e, quando a porta estiver fechada, ora a teu Pai em segredo” (Mt 6, 6).[9]
No início escutamos o apelo sincero de Santo Agostinho para voltar ao coração, terminamos escutando outro apelo igualmente sincero na mesma direção, o que Santo Anselmo de Aosta dirige ao leitor no início de seu Proslogion:
Vamos, homenzinho, abandona as tuas ocupações por um momento, esconde-te um pouco dos teus pensamentos tumultuados. Abandone agora as suas pesadas preocupações, adie os seus compromissos laboriosos. Dedique-se a Deus por um tempo e descanse nele. Entra na câmara do teu espírito, exclui tudo dela, exceto Deus e tudo o que te ajude a buscá-lo, e quando fechardes a porta (Mt 6, 6), buscai-o. Dize agora, ó meu coração, na tua totalidade, dize agora a Deus: “Busco o teu rosto; o teu rosto, ó Senhor, eu busco” (Sl 27,8).
Com estes desejos e intenções começamos o nosso dia de trabalho, ao serviço da Igreja.